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Turquia pode ser parceira vital à medida que Europa e Ucrânia buscam nova estrutura de segurança

Reuters13 de mar de 2025 às 13:59

Por Tuvan Gumrukcu

- A Turquia surge como parceira potencial importante na reestruturação da segurança europeia, segundo diplomatas e analistas, no momento em que a Europa busca reforçar sua defesa e encontrar garantias para a Ucrânia em qualquer acordo de cessar-fogo que venha a ser firmado pelos Estados Unidos.

Os países europeus têm sido abalados pelo plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de acabar com a guerra na Ucrânia, o que alterou a política de Washington, interrompeu o isolamento da Rússia com a possibilidade de reaproximação, aumentou a pressão sobre Kiev após conversas desastrosas com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, e colocou em risco os laços transatlânticos.

Analistas afirmam que a pressão dos europeus para manter a capacidade militar da Ucrânia e concordar com as garantias de segurança, ao mesmo tempo em que aumenta sua própria defesa sem Washington, criou uma rara oportunidade para a Turquia aprofundar os laços com a Europa, apesar das disputas persistentes sobre o estado de direito, as questões marítimas com Grécia e Chipre e a candidatura de Ancara à União Europeia, há muito paralisada.

"Os países europeus que pensavam que podiam se dar ao luxo de excluir a Turquia até hoje, agora estão vendo que não podem mais excluir a Turquia", disse Sinan Ulgen, ex-diplomata turco e diretor do Centro de Estudos de Política Econômica e Externa (EDAM).

Falando após conversas com Erdogan em Ancara na quarta-feira, o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, disse que ele levou uma "proposta clara para a Turquia assumir a maior corresponsabilidade possível" pela paz na Ucrânia e pela estabilidade regional.

Um diplomata europeu sênior afirmou que a Turquia tem "opiniões muito importantes" sobre o que é necessário para a paz na Ucrânia.

O presidente turco, Tayyip Erdogan, conseguiu equilibrar seu relacionamento entre Zelenskiy e o presidente russo, Vladimir Putin, durante a guerra, disse o diplomata, "portanto, faz sentido tê-lo a bordo".

A Turquia, membro da Otan, tem o segundo maior exército da aliança. Nos últimos anos, começou a produzir seus próprios jatos, tanques e veículos navais e vende drones armados em todo o mundo, inclusive para a Ucrânia. Suas exportações do setor de defesa totalizaram US$7,1 bilhões em 2024.

Em uma série de conversas e decisões desde o retorno de Trump em janeiro, várias nações europeias discutiram a formação de uma "coalizão dos dispostos" para ajudar a Ucrânia. A França se ofereceu para considerar a possibilidade de estender seu guarda-chuva nuclear aos aliados.

Erdogan e o ministro das Relações Exteriores, Hakan Fidan, disseram que a Europa precisa incluir a Turquia na reestruturação de sua arquitetura de segurança de forma "sustentável e dissuasiva".

Uma autoridade turca, que solicitou anonimato, declarou que ainda não há planos claros sobre uma nova arquitetura de segurança europeia ou sobre as possíveis contribuições da Turquia para ela, mas que certas medidas podem fazer avançar a cooperação.

"Em vez de incluir a Turquia em projetos de forma 'a la carte', seria mais lógico (para a Europa) buscar parcerias de uma forma mais holística. Por exemplo, eles podem começar incluindo a Turquia no programa European Peace Facility", disse a fonte à Reuters, referindo-se a uma iniciativa da UE que apoia a Ucrânia.

Uma autoridade do Ministério da Defesa turco disse que Ancara e a Europa têm interesses comuns, desde o combate ao terrorismo até a imigração, e que a participação total da Turquia nos esforços de defesa da UE é fundamental para que a Europa seja um ator global, acrescentando que a Turquia está pronta para fazer o que puder para ajudar a formar a nova estrutura de segurança.

Apesar da janela de oportunidade, os analistas dizem que a postura da Turquia em relação à Rússia continua sendo um teste, já que Ancara se recusou a impor sanções após a invasão da Ucrânia por Moscou e ainda compartilha fortes laços em energia, turismo e comércio.

"A questão fundamental que se colocará diante da Turquia é a questão dos laços com a Rússia, porque a essência da estrutura de segurança da Europa começa com a visão da Rússia como uma ameaça", disse Ulgen, acrescentando que Ancara deve escolher um lado e uma posição em relação à Rússia para assumir um papel de segurança maior.

((Tradução Redação São Paulo))

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