Por Rajesh Kumar Singh
CHICAGO, 11 Mar (Reuters) - A companhia aérea Southwest Airlines LUV.N informou nesta terça-feira que começará a cobrar de alguns clientes pelas bagagens despachadas, encerrando uma política única de gratuidade, à medida que seus resultados fracos têm aumentado a pressão por uma reformulação de seu modelo de negócios.
A política "malas voam grátis" da empresa tem sido uma exceção no setor aéreo. A Southwest é a única grande empresa aérea dos Estados Unidos que permite aos clientes despacharem duas malas sem custo, estratégia que, segundo os executivos da empresa, a diferencia das rivais.
Mas a mudança na política, que deve entrar em vigor em 28 de maio, pode afastar a clientela. O presidente da Delta Air Lines DAL.N, Glen Hauenstein, disse nesta terça-feira que alguns dos clientes da Southwest agora estão disponíveis para conquista.
Alguns analistas também expressaram preocupação com o impacto da medida sobre a marca da companhia. "Não apoiamos as taxas de bagagem", disse Savanthi Syth, analista da Raymond James.
A Southwest vinha exaltando sua política de não cobrança de tarifas de bagagem, dizendo que essa era a razão número 1 pela qual os clientes a escolhiam.
Nesta terça-feira, o presidente-executivo da Southwest, Bob Jordan, defendeu a mudança, afirmando que os novos dados de reservas da Southwest não mostravam que a empresa estava obtendo o mesmo benefício com sua política de bagagens gratuitas.
NOVA POLÍTICA DE BAGAGENS
Sob a nova política, a companhia aérea continuará oferecendo duas malas despachadas gratuitamente a clientes com status de fidelidade mais alto, A-List Preferred, e passageiros premium.
Clientes com status de fidelidade mais baixo, A-List, terão direito a uma mala despachada gratuitamente, assim como passageiros detentores de um cartão de crédito da companhia.
Aqueles que não se qualificarem para a gratuidade serão cobrados pelo despacho da primeira e segunda bagagens.
A decisão de cobrar pelas malas ocorre semanas após a companhia aérea realizar as primeiras demissões em massa em toda a empresa em seus quase 54 anos de história.
Jordan disse que a Southwest agora pretende reduzir custos em mais de US$1 bilhão até 2027, ante meta anterior de US$500 milhões, e acrescentou que as novas iniciativas contribuirão com um incremento de US$800 milhões no lucro antes de juros e impostos (Ebit) este ano e de US$1,7 bilhão em 2026.
(Reportagem de Rajesh Kumar Singh)
((Tradução Redação São Paulo))
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