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Estudante palestino preso nos EUA é transferido para prisão federal em Louisiana e luta contra deportação

Reuters10 de mar de 2025 às 21:34

Por Jonathan Allen

- Um ativista estudantil palestino da Universidade de Columbia, em Nova York, que estava detido como parte da repressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a alguns manifestantes anti-Israel, foi transferido a uma prisão federal para imigrantes na Louisiana para aguardar os procedimentos de deportação, de acordo com um banco de dados de detentos dos EUA.

A transferência para a Louisiana ocorre num momento em que os advogados do estudante de pós-graduação Mahmoud Khalil, da Faculdade de Relações Internacionais e Públicas da Universidade de Columbia, contestaram judicialmente no tribunal distrital dos EUA em Manhattan a prisão do estudante em seu apartamento.

"Esta é a primeira prisão de muitas que virão", escreveu Trump em uma publicação nas redes sociais nesta segunda-feira, após apoiadores de Khalil começarem a protestar em Manhattan contra o que eles dizem ser um ataque à liberdade de expressão.

Khalil tem sido figura proeminente no movimento estudantil pró-Palestina de Columbia, que no ano passado agitou os campi.

O governo Trump não diz se Khalil é acusado ou se está sob alguma denúncia de crime, mas Trump escreveu que sua presença nos EUA é "contrária aos interesses nacionais e de política externa".

Mesmo antes da prisão de Khalil, estudantes dizem que agentes federais de imigração têm sido vistos em alojamentos estudantis ao redor do campus da Universidade de Columbia em Manhattan desde quinta-feira, um dia antes do governo Trump cancelar US$400 milhões em subsídios e contratos federais concedidos à faculdade.

Além de Khalil, agentes federais têm tentado deter pelo menos um outro estudante internacional, de acordo com o sindicato Student Workers of Columbia.

Esse estudante, que o sindicato não quis identificar, recebeu um email na quinta-feira do consulado dos EUA em seu país de origem informando que seu visto havia sido revogado, o que não havia sido informado anteriormente. O consulado não informou o motivo da revogação, segundo o sindicato.

No dia seguinte, três agentes do U.S. Immigration and Customs Enforcement (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA), uma divisão do Departamento de Segurança Interna, entraram no prédio do estudante e tentaram entrar em seu apartamento. Os agentes não tinham um mandado judicial e, portanto, não puderam entrar na propriedade privada sem permissão, disse o sindicato.

"Os agentes foram, por direito, rechaçados na porta", disse o sindicato em um comunicado.

Questionados sobre o relato do sindicato, que não pôde ser verificado de forma independente pela Reuters, e sobre suas alegadas atividades recentes em Columbia, os porta-vozes do Departamento de Segurança Interna e do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA se recusaram a responder.

Um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse que os processos de vistos são confidenciais sob a lei norte-americana e, portanto, não poderia comentar.

O sindicato disse que o estudante pediu para não ser identificado a fim de proteger sua privacidade e por medo de prejudicar a continuidade de seus estudos em Columbia.

Um porta-voz da universidade disse que a instituição estava impedida por lei de discutir com a imprensa o caso de estudantes isoladamente.

"EFEITO INIBIDOR"

No sábado à noite, agentes do Departamento de Segurança Interna dos EUA prenderam Khalil na frente de sua esposa, uma cidadã norte-americana grávida de oito meses, no saguão do seu prédio, dizendo-lhe que seu visto estudantil havia sido revogado, segundo Amy Greer, uma advogada de Khalil.

Khalil tem um green card para residência permanente nos EUA desde 2024, disse Greer em um comunicado. Sua esposa mostrou aos agentes o green card de Khalil e eles também ameaçaram prendê-la se ela não saísse do saguão, segundo a advogada.

Os agentes então disseram que o green card também havia sido revogado, recusando-se a dar um motivo, e algemaram Khalil, disse Greer.

Desde que retornou à Casa Branca, Trump tem criticado a maneira como a Universidade de Columbia lidou com os protestos, dizendo que a instituição permitiu o assédio antissemita "dentro e perto" de seu campus.

O presidente escreveu em sua publicação de segunda-feira que alguns estudantes de Columbia tinham se envolvido em "atividades pró-terroristas, antissemitas e antiamericanas" que ele não toleraria.

Khalil e outros ativistas observaram que há estudantes judeus entre os organizadores do protesto e dizem que suas críticas a Israel e ao apoio do governo norte-americano estão sendo erroneamente confundidas com antissemitismo.

Na contestação da detenção apresentada no domingo ao tribunal federal de Manhattan, Greer pediu que um juiz determine a libertação de Khalil e que o Departamento de Segurança Interna seja impedido de transportá-lo para fora de Nova York.

Greer escreveu que os agentes federais disseram a Khalil que ele estava sendo preso porque seu visto de estudante havia sido revogado, o que abre espaço para a possibilidade de uma detenção por engano, já que o estudante é um residente permanente legal.

A advogada disse que a detenção de Khalil foi motivada por sua "crítica às instituições norte-americanas que apoiam Israel", o que, segundo ela, fere a liberdade de expressão assegurada pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA.

"Até mesmo a ameaça de detenção e deportação tem um efeito inibidor sobre o discurso", escreveu Greer. O governo ainda não respondeu à petição.

Um juíz dos EUA agendou para 12 de março audiência para analisar a constentação envolvendo o estudante.

(Reportagem de Jonathan Allen em Nova York; reportagem adicional de Luc Cohen e Maria Tsetkova em Nova York)

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS PVB

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