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Carolina do Sul vai realizar 1ª execução por fuzilamento nos EUA em 15 anos

Reuters8 de mar de 2025 às 00:10

Por Aleksandra Michalska e Jonathan Allen

- A Carolina do Sul planeja executar nesta sexta-feira um homem condenado por dois assassinatos usando um pelotão de fuzilamento, a primeira vez que o método será usado nos Estados Unidos em 15 anos.

Brad Sigmon, de 67 anos, escolheu ser morto por esse método, dizendo temer que alternativas como a cadeira elétrica ou a injeção letal pudessem trazer uma morte mais lenta e dolorosa.

Sigmon foi condenado por espancar até a morte os pais de sua ex-namorada, William e Gladys Larke, usando um taco de beisebol na casa deles, localizada na cidade de Taylors, em 2001.

Nesta sexta-feira, os carrascos precisaram amarrá-lo a uma cadeira em um recipiente de aço, com um capuz sobre a cabeça e um alvo sobre seu coração, na câmara de execução do Departamento de Correções da Carolina do Sul, em Columbia. Três carrascos planejam disparar a 4,5 metros de distância.

Poucas horas antes do horário previsto para a execução, às 18h do horário local, a Suprema Corte rejeitou o recurso final de Sigmon para interromper a execução. O tribunal, em uma breve notificação não assinada e sem divergências notadas, negou seu pedido, que se baseava em argumentação segundo a qual a recusa da Carolina do Sul em compartilhar informações sobre o protocolo de injeção letal violava seus direitos ao devido processo legal.

Os últimos três homens executados pela Carolina do Sul escolheram injeção letal. As execuções duraram cerca de 20 minutos antes de eles serem declarados mortos, disse o advogado de Sigmon, Bo King.

Sigmon "teve de decidir se morreria pelo pelotão de fuzilamento, sabendo que as balas quebrariam os ossos do seu peito e destruiriam seu coração, ou arriscaria uma execução de 20 minutos amarrado a uma maca com os pulmões cheios de sangue e fluidos", disse King. "Essa é uma escolha impossível."

Houve apenas três execuções nos EUA por pelotão de fuzilamento desde 1976, todas no Estado de Utah, um dos cinco que ainda oferecem um método que era comum no século 19, durante a Guerra Civil.

A maior parte das execuções norte-americanas usa injeção letal, introduzida na década de 1970 como um método aparentemente menos violento. Ele se tornou, contudo, o meio de execução que fracassa com a maior frequência, segundo o Centro de Informações sobre a Pena de Morte.

Alguns Estados têm tido dificuldade para obter os medicamentos necessários, devido ao banimento, na União Europeia, de empresas farmacêuticas venderem medicamentos para o uso na pena de morte.

Por vezes, os carrascos também encontram dificuldade para encontrar veias nos corpos dos prisioneiros. Autópsias de pessoas executadas por injeção letal às vezes encontraram líquido espumoso e com sangue nas vias aéreas, o que, segundo alguns médicos, indica que a pessoa condenada sentiu a dolorosa sensação de afogamento antes de morrer.

Em janeiro, o Departamento de Justiça dos EUA citou esses relatórios de autópsia e elaborou seu protocolo de injeções letais para execuções federais, esclarecendo que elas podem causar dor e sofrimento.

(Reportagem de Aleksandra Michalska em Columbia e Jonathan Allen em Nova York)

((Tradução Redação Brasília))

REUTERS MCM

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