Por Yimou Lee
TAIPÉ, 7 Mar (Reuters) - O governo de Taiwan está considerando alertar seus cidadãos sobre os riscos de viajar para países com fortes laços com a China, incluindo Laos e Camboja, porque eles podem ser abordados na campanha de Pequim contra os defensores da independência de Taiwan, de acordo com uma autoridade sênior de Taiwan e um memorando interno.
A China, que reivindica Taiwan como sua, apesar da rejeição da ilha democraticamente governada, emitiu no ano passado diretrizes para punir os ativistas "obstinados" da independência de Taiwan, inclusive com a pena de morte, embora os tribunais chineses não tenham jurisdição na ilha.
No final do mês passado, uma autoridade sênior chinesa deu instruções a portas fechadas às unidades de segurança do Estado para "implementar" as diretrizes em países amigos da China, de acordo com um memorando do governo analisado pela Reuters e uma autoridade sênior de segurança de Taiwan.
O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
O Escritório de Assuntos de Taiwan e o Ministério das Relações Exteriores da China não responderam imediatamente a um pedido de comentário.
Esses países incluem Camboja, Laos e algumas nações africanas não especificadas, disse a autoridade sênior de Taiwan. Os taiwaneses nesses países podem correr o risco de serem levados para investigação por suspeita de apoio à independência, afirmou a autoridade, citando a avaliação de Taiwan sobre o desenvolvimento e falando sob condição de anonimato.
"Eles podem ser levados para interrogatório pela polícia local ou chinesa, pelo menos para intimidá-los psicologicamente", disse a fonte à Reuters.
Os Ministérios das Relações Exteriores do Camboja e do Laos não responderam imediatamente ao pedido de comentário.
As agências de segurança de Taiwan estão analisando a possibilidade de elevar o nível de alerta para viagens de seus cidadãos a determinados países, disse a autoridade. A Reuters não conseguiu determinar se alguma decisão foi tomada sobre o alerta ou sobre os países para os quais a revisão estava em andamento.
Taiwan concluiu que alguns países, incluindo alguns do sudeste asiático, se recusaram a cooperar com a solicitação da China, disse a autoridade.
Taiwan tem se queixado de um padrão de pressão crescente por parte da China nos últimos anos, incluindo ações militares, sanções comerciais e patrulhas da guarda costeira em torno das ilhas controladas por Taiwan próximas à China.
As diretrizes de Pequim emitidas em junho instruíram os tribunais, promotores e agentes de segurança do Estado da China a "punir severamente os defensores da independência de Taiwan" pelo que chamou de "secessão".
((Tradução Redação São Paulo))
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