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BCE reduz juros em 0,25% e revisa projeção de crescimento para baixo

Investing.com6 de mar de 2025 às 13:55

Investing.com – O Banco Central Europeu (BCE) decidiu reduzir sua taxa básica de depósitos para 2,5%, cortando em 25 pontos-base as três principais taxas de juros da zona do euro. 

A decisão, anunciada nesta quinta-feira, reflete uma nova avaliação do cenário inflacionário e da transmissão da política monetária. Com isso, as taxas de refinanciamento principal e de empréstimo marginal também foram ajustadas para 2,65% e 2,90%, respectivamente. As mudanças entrarão em vigor a partir de 12 de março de 2025.

O banco projeta que a inflação geral será de 2,3% em 2025, desacelerando para 1,9% em 2026 e 2,0% em 2027. O núcleo da inflação (que exclui energia e alimentos) também está em trajetória descendente, o que reforçou a avaliação de que a política monetária pode se tornar menos restritiva. Segundo o Conselho Dirigente do banco:

"A revisão para cima da inflação geral em 2025 reflete a maior pressão dos preços de energia."

Apesar da flexibilização nos juros, a economia da zona do euro ainda enfrenta desafios. O BCE revisou para baixo suas projeções de crescimento do PIB, agora estimando 0,9% para 2025, 1,2% para 2026 e 1,3% para 2027. A fraqueza nas exportações e a incerteza sobre políticas comerciais globais têm limitado investimentos, enquanto os efeitos das altas de juros anteriores ainda impactam o crédito e a atividade econômica.

Um dos principais riscos no horizonte são as tarifas comerciais dos EUA sobre produtos da União Europeia, já que o presidente Donald Trump tem criticado o bloco por práticas comerciais que considera desleais. Bruxelas já indicou que responderá caso Washington implemente novas tarifas.

Outro fator de incerteza é a situação política da Alemanha, principal economia do bloco, que segue em negociações para formação de um novo governo. Paralelamente, as recentes declarações do governo dos EUA sobre um possível cessar-fogo na guerra na Ucrânia aumentaram a preocupação com a estratégia de defesa da Europa, que há anos depende fortemente do suporte dos EUA para sua segurança. Esse cenário pode levar a um aumento nos gastos militares, alterando as prioridades fiscais de vários países do bloco.

Os líderes da União Europeia se reuniram em Bruxelas nesta quinta-feira para discutir o fortalecimento da segurança do bloco e a manutenção do apoio à Ucrânia. Enquanto isso, os partidos alemães que negociam um novo governo chegaram a um acordo para flexibilizar o "freio da dívida", uma regra que limita a capacidade de endividamento do país.

Essa decisão – que foi um dos pontos de discórdia e contribuiu para a queda do governo do chanceler Olaf Scholz no final do ano passado – inclui a criação de um fundo de 500 bilhões de euros para infraestrutura e defesa. O acordo será apresentado no parlamento alemão na próxima semana pelo líder da União Democrata Cristã (CDU), Friedrich Merz, que é o favorito para suceder Scholz no governo. Segundo Merz, a mudança na política fiscal alemã responde aos temores crescentes sobre a capacidade de defesa da Europa e à desaceleração da economia alemã.

A perspectiva de maior gasto público na Alemanha, que historicamente mantém uma política fiscal conservadora, gerou preocupações entre investidores sobre uma possível pressão inflacionária. Como reflexo, os rendimentos dos títulos alemães tiveram forte alta, afetando o desempenho dos mercados globais.

O BCE também reforçou que suas decisões futuras dependerão dos dados econômicos. A autoridade monetária não se comprometeu com um caminho pré-definido para os juros e afirmou que as próximas movimentações serão analisadas reunião a reunião, considerando a inflação, o cenário macroeconômico e a transmissão da política monetária ao mercado. Esse posicionamento reforça a postura cautelosa do banco, diante da incerteza global.

Além da política de juros, o BCE confirmou que seus programas de compra de ativos – o APP e o PEPP – continuarão a ser reduzidos de forma gradual e previsível. O Eurosystem não está mais reinvestindo os pagamentos de títulos vencidos, o que contribui para um ajuste controlado do balanço patrimonial da instituição.

(Com contribuição de Scott Kanowsky e Julio Alves)

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