Investing.com – Caso não haja mudança favorável no cenário das contas públicas brasileiras, a melhoria nos ativos domésticos pode ser passageira, alertou o banco BTG (BVMF:BPAC11) no seu relatório macro mensal divulgado nesta quarta-feira, 19 de fevereiro.
Após o cumprimento da meta fiscal pelo governo central pela expansão das receitas, o banco ajustou sua projeção para este ano e agora prevê que a meta será cumprida, com déficit de R$75 bilhões, ou cerca de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB).
“No entanto, mesmo com a meta alcançada, a dívida pública continuará em trajetória de alta, devendo atingir 80,3% do PIB em 2025 e 83,4% em 2026, o que reforça a necessidade de uma reforma estrutural das despesas primárias”, esclarece a equipe de pesquisa macroeconômica chefiada por Mansueto Almeida.
O BTG segue enxergando a taxa Selic terminal em 15,25% ao ano, com aumento de 100 pb em março e duas elevações de 50 pb em maio e junho. Em relação ao PIB, a projeção para 2025 continua em 1,5% e a para e 2026 em 1,4%. A estimativa para o câmbio também foi mantida em R$6,25 por dólar em 2025 e R$6,35 em 2026.
Para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o banco cortou a projeção para 2025 de 5,8% para 5,7%, mas manteve a para 2026 em 4,4%.
“A revisão baixista para 2025 reflete uma atualização de nossas hipóteses para a inflação de combustíveis, com a nossa hipótese de reajuste de 7% para a gasolina no 4T sendo abandonada”, reforça o banco no documento.
As pressões inflacionárias demonstram um cenário de desafios, segundo o banco, citando inflação corrente elevada e a desancoragem das expectativas.
“Mesmo com a apreciação cambial recente e sinais incipientes de desaceleração da atividade econômica, a incerteza fiscal, as expectativas de inflação desancoradas e um cenário externo desafiador implicam em um cenário de elevada incerteza para a dinâmica da inflação”, conclui.
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