TREASURIES-Rendimentos ronda estabilidade com operadores confusos por comentários de Trump sobre "fraude"

LONDRES, 10 Fev (Reuters) - Os rendimentos dos Treasuries foram rondavam a estabilidade nesta segunda-feira, ignorando comentários feitos no fim de semana pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que seu governo pode investigar pagamentos da dívida pelo Tesouro em busca de evidências de possíveis fraudes.

Trump, que falou com repórteres a bordo do Air Force One no domingo, sugeriu que a dívida de US$36 trilhões do país pode não ser tão alta assim.

"Estamos até analisando os Treasuries", disse ele. "Pode haver um problema - vocês têm lido sobre isso, com os Treasuries, e esse pode ser um problema interessante."

Ele acrescentou: "Pode ser que muitas dessas coisas não contem. Em outras palavras, algumas das coisas que estamos descobrindo são muito fraudulentas e, portanto, talvez tenhamos menos dívidas do que pensávamos."

O rendimento do Treasury de 10 anos de referência US10YT=RR mostrava pouca reação, subindo 1,2 ponto-base no dia, para pouco menos de 4,50%, enquanto os rendimentos de dois anos US2YT=RR ficavam estáveis em 4,28%.

Não ficou claro se Trump estava se referindo ao serviço da dívida ou a outros pagamentos do governo feitos pelo Departamento do Tesouro.

Nem a Casa Branca nem o Departamento do Tesouro estavam imediatamente disponíveis para comentar quando contatados pela Reuters.

"É praticamente impossível que os comentários do presidente Trump se refiram à dívida mantida pelo público, incluindo detentores estrangeiros. Essa é a razão pela qual o mercado não está reagindo e qualquer reação seria baseada em mal-entendidos ou desinformação", disse Maria Vassalou, diretora do Pictet Research Institute.

Ela observou que cerca de um quinto da dívida federal bruta dos EUA é mantida em contas do governo, principalmente relacionada a fundos de aposentadoria da previdência social e programas de saúde, e os comentários de Trump "muito provavelmente se referem a essa parte da dívida dos EUA".

Com pouca clareza sobre o que Trump quis dizer, o foco dos mercados permanece na economia e no que o Federal Reserve poderá fazer com a taxa de juros nos próximos meses, depois de tê-la deixado inalterada na reunião de janeiro.

(Reportagem de Amanda Cooper em Londres e Rae Wee e Tom Westbrook em Cingapura)

((Tradução Redação São Paulo))

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