Presidência Trump desencadeará nova vaga de direita na Europa, diz primeiro-ministro Orban

BUDAPESTE, 20 Jan (Reuters) - A presidência de Donald Trump nos Estados Unidos vai desencadear uma nova vaga de direita na Europa, afirmou, esta segunda-feira, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, lançando o que chamou uma ofensiva para "ocupar" Bruxelas.

O primeiro-ministro nacionalista, apoiante de longa data de Trump, prevê uma "era dourada" para as relações Estados Unidos-Hungria, sob a presidência de Trump, apesar de um aviso do banco central húngaro de que as tarifas propostas pelo futuro presidente para a UE irão prejudicar a economia da Hungria.

"Apenas algumas horas e até o sol brilhará de forma diferente em Bruxelas. Um novo presidente nos Estados Unidos, uma grande facção de Patriotas em Bruxelas, grande entusiasmo", disse Orban, antes da tomada de posse de Trump esta segunda-feira, à qual não irá assistir.

"Por isso, o grande ataque pode começar. Lanço assim a segunda fase da ofensiva que visa ocupar Bruxelas", disse Orban, numa conferência, aumentando a sua retórica anti-Bruxelas.

O partido de Orban, o Fidesz, e outros partidos de direita fundaram o grupo Patriotas no Parlamento Europeu no ano passado. O grupo, liderado pelo Reagrupamento Nacional, de França, tornou-se o terceiro maior no parlamento, com 86 membros.

Os novos direitos aduaneiros que Trump se comprometeu a impor às importações da UE afectariam o crescimento económico da Hungria e aumentariam a inflação, já que o país está fortemente dependente da sua indústria automóvel, afirmou o Banco Nacional da Hungria em Dezembro.

Orban, que criticou as sanções da UE contra a Rússia e manteve relações estreitas com Moscovo desde o início da guerra na Ucrânia, afirmou que a UE está em crise porque não consegue garantir a prosperidade dos seus cidadãos, não consegue travar a migração ilegal e não consegue garantir a sua segurança.

"Nós, na Hungria, somos a oposição ao sistema de Bruxelas. (...) Bruxelas está ocupada por uma oligarquia liberal de esquerda", disse Orban. "Nas eleições europeias, estivemos perto de uma oportunidade real de criar uma nova maioria de direita que possa substituir a elite de Bruxelas".

Texto integral em inglês: nL5N3OG0HU

(Reportagem de Krisztina Than e Anita Komuves; Tradução para português por Tiago Brandão, Gdansk Newsroom)

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