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Gabinete de Segurança israelita aprova acordo de cessar-fogo

Reuters17 de jan de 2025 às 16:25

- O gabinete de segurança israelita aprovou o acordo de cessar-fogo, esta sexta-feira, abrindo caminho para o regresso dos primeiros reféns de Gaza já no domingo e pondo fim a 15 meses de conflito que devastaram esta faixa costeira.

O acordo está ainda dependente da aprovação da totalidade do governo, que se reuniu na tarde desta sexta-feira.

A guerra entre as forças israelitas e o Hamas arrasou grande parte da fortemente urbanizada Faixa de Gaza, matou mais de 46.000 pessoas e deslocou várias vezes a maior parte da população do enclave, que antes da guerra era de 2,3 milhões de pessoas, segundo as autoridades locais.

Se for bem sucedido, o cessar-fogo poderá também aliviar as hostilidades no Médio Oriente, onde a guerra de Gaza se estendeu ao Irão e aos seus representantes - o Hezbollah, do Líbano, os Houthis, do Iémen e grupos armados no Iraque, bem como na Cisjordânia ocupada.

Na Faixa de Gaza, os aviões de guerra israelitas continuaram a efectuar ataques pesados e médicos e autoridades de socorro disseram que pelo menos 104 palestinianos, incluindo 58 mulheres e crianças, foram mortos desde que o acordo foi anunciado na quarta-feira.

No âmbito da primeira fase de seis semanas do acordo em três etapas, o Hamas libertará 33 reféns israelitas, incluindo todas as mulheres (soldados e civis), crianças e homens com mais de 50 anos.

Israel libertará todas as mulheres e crianças palestinianas com menos de 19 anos detidas nas prisões israelitas até ao final da primeira fase. O número total de palestinianos libertados dependerá dos reféns libertados, podendo situar-se entre 990 e 1650 palestinianos, incluindo homens, mulheres e crianças.

O Ministério israelita da Justiça divulgou, esta sexta-feira, uma lista de 95 prisioneiros palestinianos que serão libertados na primeira troca, no domingo.

O Hamas declarou, num comunicado, que os obstáculos que surgiram nos termos do acordo de cessar-fogo em Gaza foram resolvidos.

Após um adiamento de última hora na quinta-feira, que Israel atribuiu ao Hamas, o governo de Netanyahu disse, na madrugada desta sexta-feira, que o gabinete de segurança de Israel iria reunir-se para aprovar o acordo de cessar-fogo. O Hamas disse, na quinta-feira, que estava comprometido com o acordo, que entra em vigor no domingo.

O acordo enfrentou forte oposição da linha dura da coligação de Netanyahu, que considerou que se tratava de uma capitulação perante o Hamas, que controlava Gaza. O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, ameaçou demitir-se se o acordo fosse aprovado. No entanto, disse que não iria derrubar o governo.

Após a reunião do gabinete de Segurança, Ben-Gvir reiterou a sua oposição ao acordo de cessar-fogo numa declaração e apelou aos membros do Conselho de Ministros para que se juntassem a ele na votação contra o acordo.

O seu colega da linha dura, o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, também ameaçou abandonar o governo se este não voltar à guerra para derrotar o Hamas após a conclusão da primeira fase de seis semanas do cessar-fogo.

Texto integral em inglês: nL1N3OD010

(Por James Mackenzie e Nidal al-Mughrabi; escrito por Michael Georgy; Tradução para português por Tiago Brandão, Gdansk Newsroom)

((gdansk.newsroom@thomsonreuters.com ; +48 58 769 66 00))

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