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Líder de Gronelândia vai encontrar-se com rei dinamarquês com Trump a tentar apoderar-se de território

Reuters8 de jan de 2025 às 12:33

- O líder da Gronelândia vai encontrar-se com o rei dinamarquês em Copenhaga, esta quarta-feira, após o Presidente-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ter dito que quer assumir o controlo da ilha árctica, território autónomo da Dinamarca.

Trump, que toma posse a 20 de janeiro, disse, na terça-feira, que não excluiria o recurso a acções militares ou económicas para tornar a Gronelândia parte dos Estados Unidos. No mesmo dia, o filho mais velho de Trump, Donald Trump Jr., efectuou uma visita privada à Gronelândia.

O primeiro-ministro da Gronelândia, Mute Egede, líder de um partido político de esquerda que apoia uma futura independência da Dinamarca, chegou a Copenhaga no final da terça-feira, no âmbito de uma viagem programada.

Antes da sua partida, anunciou que uma reunião com o rei Frederik da Dinamarca, prevista para esta quarta-feira, tinha sido adiada sem qualquer explicação, mas a corte real dinamarquesa afirmou que a reunião se realizaria, sem dar mais pormenores.

A Gronelândia, com uma população de 57.000 habitantes, faz parte da Dinamarca há 600 anos e controla actualmente a maior parte dos seus assuntos internos como território semi-soberano sob o domínio dinamarquês. As relações com a Dinamarca têm sido tensas devido a alegações de maus tratos infligidos aos gronelandeses durante o domínio colonial.

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, disse, na terça-feira, que não podia imaginar que as ambições de Trump levassem a uma intervenção militar dos Estados Unidos na Gronelândia.

A Dinamarca é responsável pela segurança e defesa da Gronelândia, mas as suas capacidades militares limitam-se a quatro navios de inspecção, um avião de vigilância Challenger e patrulhas de trenós puxados por cães.

Em resposta à ameaça de Trump de aplicar tarifas à Dinamarca, Frederiksen disse que não achava que uma guerra comercial com os Estados Unidos fosse um bom caminho a seguir. A Dinamarca é a sede da Novo Nordisk, a empresa mais valiosa da Europa, que fabrica o medicamento para perda de peso Wegovy, que se tornou extremamente popular nos Estados Unidos.

Ainda assim, a ambição abertamente declarada de Trump de expandir o controlo do território pelos Estados Unidos abalou os aliados a menos de duas semanas da sua tomada de posse.

"É óbvio que nunca a UE deixaria que outras nações do mundo atacassem as suas fronteiras soberanas, sejam elas quem forem", disse o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noel Barrot, à rádio France Inter. "Somos um continente forte".

O líder da Gronelândia, Egede, declarou que a ilha não está à venda e, no seu discurso de Ano Novo, intensificou a sua luta pela independência da Dinamarca. A Dinamarca também afirma que o território não está à venda e que o seu destino só pode ser decidido pelos gronelandeses.

Em 2019, Trump cancelou uma visita planeada à Dinamarca após a primeira-ministra Frederiksen ter rejeitado a sua ideia de os Estados Unidos comprarem a Gronelândia.

Texto integral em inglês: nL1N3O40A5

(Reportagem de Jacob Gronholt-Pedersen, Louise Rasmussen e Stine Jacobsen; Tradução para português por Tiago Brandão, Gdansk Newsroom)

((gdansk.newsroom@thomsonreuters.com ; +48 58 769 66 00))

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