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Primeiro-ministro canadiano Trudeau diz que se demitirá após nomeação de novo líder de Partido Liberal

Reuters6 de jan de 2025 às 16:31

Por David Ljunggren e Ismail Shakil

- O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, anunciou, esta segunda-feira, que vai abandonar o cargo de líder dos liberais no poder, após nove anos de mandato, mas que permanecerá no cargo até que o partido escolha um substituto.

Trudeau, sob forte pressão dos deputados liberais para se demitir, por entre sondagens indicam que o partido será esmagado nas próximas eleições, disse, em conferência de imprensa, que o parlamento estaria suspenso até 24 de Março.

Isso significa que Trudeau ainda será primeiro-ministro a 20 de Janeiro, quando o Presidente-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, tomar posse. Trump ameaçou impor tarifas que prejudicariam a economia do Canadá.

"Tenciono demitir-me do cargo de líder do partido como primeiro-ministro após o partido seleccionar o seu próximo líder através de um processo competitivo robusto a nível nacional", disse Trudeau. "Este país merece uma verdadeira escolha nas próximas eleições e tornou-se claro para mim que, se tenho de travar batalhas internas, não posso ser a melhor opção nessas eleições".

Trudeau, 53 anos, assumiu o cargo em Novembro de 2015 e foi reeleito duas vezes, tornando-se um dos primeiros-ministros que mais tempo esteve no cargo no Canadá.

Mas a sua popularidade começou a cair há dois anos, por entre indignação pública com os preços elevados e a falta de habitação, sendo que a sua popularidade nunca recuperou.

As sondagens mostram que os liberais vão perder por muito para a oposição oficial dos conservadores em eleições que devem ser realizadas até ao fim de Outubro, independentemente do líder.

O Parlamento deveria ter sido retomado a 27 de Janeiro e os partidos da oposição tinham prometido derrubar o Governo assim que pudessem, muito provavelmente no fim de Março. Mas se o Parlamento não regressar até 24 de Março, a moção de desconfiança só poderá ser apresentada em Maio.

Até há pouco tempo, Trudeau tinha conseguido defender-se dos dos deputados liberais preocupados com os maus resultados nas sondagens e com a perda de lugares seguros em duas eleições especiais no ano passado.

Mas os apelos para que se demitisse aumentaram desde o mês passado, quando tentou despromover a ministra das Finanças, Chrystia Freeland, uma das suas aliadas mais próximas, após ela ter rejeitado as suas propostas de aumento da despesa.

Em vez disso, Freeland demitiu-se e escreveu uma carta acusando Trudeau de "truques políticos" em vez de se concentrar no que é melhor para o país.

Os conservadores são liderados por Pierre Poilievre, político de carreira que se tornou proeminente no início de 2022 quando apoiou os camionistas que tomaram o centro de Otava como parte de um protesto contra os mandatos de vacinação contra a COVID-19.

Texto integral em inglês: nL1N3O20JH

(Reportagem de Ismail Shakil e David Ljunggren em Ottawa; Tradução para português por Tiago Brandão, Gdansk Newsroom)

((gdansk.newsroom@thomsonreuters.com ; +48 58 769 66 00))

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