EUA anunciam US$5,9 bilhões em auxílio militar e outros tipos de ajuda à Ucrânia

Por Steve Holland e Andrea Shalal

WASHINGTON, 30 Dez (Reuters) - Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira quase 6 bilhões de dólares em assistência militar e orçamentária adicional para a Ucrânia, com o presidente Joe Biden usando suas últimas semanas no cargo para ampliar a ajuda a Kiev antes que o presidente eleito Donald Trump assuma o poder em janeiro.

Biden anunciou 2,5 bilhões de dólares em assistência adicional de segurança para a Ucrânia. Segundo a secretária do Tesouro, Janet Yellen, os Estados Unidos disponibilizaram 3,4 bilhões de dólares em ajuda orçamentária adicional para Kiev, dando ao país devastado pela guerra recursos essenciais em meio à intensificação dos ataques russos contra civis e infraestrutura ucranianos.

"Sob minha orientação, os Estados Unidos continuarão a trabalhar incansavelmente para fortalecer a posição da Ucrânia nesta guerra durante o restante do meu mandato", disse Biden, em um comunicado.

O anúncio de Biden inclui 1,25 bilhão de dólares em ajuda militar retirados dos estoques dos EUA e um pacote de 1,22 bilhão de dólares da Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia (Usai), o último pacote da USAI do mandato de Biden.

De acordo com a Usai, equipamento militar é adquirido do setor de defesa ou de parceiros, em vez de ser retirado dos estoques americanos, o que significa que pode levar meses ou anos para chegar ao campo de batalha.

A invasão da Ucrânia pela Rússia está se aproximando da marca de três anos e, recentemente, os russos usaram tropas norte-coreanas para reforçar sua posição de combate.

As forças norte-coreanas estão sofrendo baixas em massa nas linhas de frente da guerra da Rússia contra a Ucrânia, com 1.000 de suas tropas mortas ou feridas somente na última semana na região russa de Kursk, disse o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, na última sexta-feira.

Biden disse que o novo auxílio fornecerá à Ucrânia "um influxo imediato de recursos que ela continua a usar com grande efeito no campo de batalha e suprimentos de longo prazo de defesa aérea, artilharia e outros sistemas de armas essenciais".

Quase três anos após o início da guerra, Washington se comprometeu a ajudar a Ucrânia com bilhões de dólares, mas é incerto se a ajuda continuará nesse ritmo com Trump, que substitui Biden em 20 de janeiro. Trump disse que quer encerrar a guerra rapidamente.

Durante a campanha presidencial, Trump questionou o nível de envolvimento dos EUA no conflito, sugerindo que os aliados europeus deveriam arcar com mais ônus financeiro.

Alguns de seus colegas republicanos -- que controlarão a Câmara e o Senado a partir do mês que vem -- também não concordaram em enviar mais ajuda a Kiev.

Yellen disse em um comunicado que a assistência orçamentária direta, fornecida em coordenação com a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional e o Departamento de Estado, marcou o desembolso final sob a Lei de Apropriações Suplementares de Segurança da Ucrânia de 2024.

Uma autoridade dos EUA disse que o financiamento eleva o total da ajuda orçamentária dos EUA à Ucrânia para pouco mais de 30 bilhões de dólares desde a invasão da Rússia em fevereiro de 2022. A maior parte desses fundos é usada para manter o governo da Ucrânia funcionando, pagando salários a professores e outros funcionários públicos.

Washington forneceu separadamente cerca de 61.4 bilhões de dólares em assistência de segurança a Kiev desde o início da guerra, de acordo com o Pentágono.

(Reportagem de Steve Holland)

((Tradução Redação Rio de Janeiro))

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