
Por Jamie McGeever
ORLANDO, Flórida, 15 Dez (Reuters) - A última semana completa de negociações de 2025 está em andamento, mas os investidores ainda não podem começar a relaxar para a temporada de festas, com o nervosismo em relação à inteligência artificial (link) e as dificuldades fiscais ameaçando estragar o clima festivo.
Wall Street, atingida em cheio na semana passada (link) pelos alertas sombrios das gigantes da tecnologia Oracle ORCL.N e Broadcom AVGO.O, permanece apreensiva quanto à capacidade de geração de lucros da IA.
E mesmo que o Federal Reserve tenha reduzido as taxas de juros na semana passada (link) e revelado um programa de compras em larga escala de títulos do Treasury, os rendimentos dos títulos de longo prazo estão subindo e as curvas de rendimento estão se acentuando – tanto dentro quanto fora dos Estados Unidos.
Isso significa que os investidores devem abandonar as esperanças de uma "recuperação pós-Natal"?
Abaixo estão cinco gráficos que devem dar aos investidores uma ideia do que esta semana pode reservar.
1. AUMENTO RÁPIDO DOS RENDIMENTOS DOS TÍTULOS DE 30 ANOS
Os rendimentos dos títulos de longo prazo em todo o mundo estão disparando. O rendimento dos títulos do Treasury norte-americano com vencimento em 30 anos atingiu 4,8670% na semana passada, o maior nível desde o início de setembro, ultrapassando consideravelmente a média de 2025, de 4,77%. Os títulos de longo prazo agora precisam lidar com a perspectiva de ter tanto uma Casa Branca buscando aquecer a economia com uma política fiscal frouxa quanto um Fed com postura mais moderada.
A alta dos rendimentos de longo prazo não é um fenômeno exclusivo dos EUA. Japão, Reino Unido e Austrália também têm estado em evidência recentemente, com o rendimento dos títulos alemães de 30 anos atingindo, na semana passada, o seu nível mais alto desde 2011.
2. ASCENSÃO ÍNGREME DAS CURVAS DE RENDIMENTO
Preocupações fiscais e temores de inflação nos EUA – refletindo, em parte, a política comercial (link) e tributária do presidente Donald Trump (link), bem como a politização do Fed – estão resultando em curvas de rendimento mais acentuadas no geral. O spread entre os títulos de dois e 30 anos está próximo de atingir seu nível mais alto em quatro anos.
Curvas mais acentuadas são geralmente vistas como um reflexo de condições econômicas e financeiras "normais". Mas esse não é o caso quando o mercado de títulos de longo prazo está sendo afetado por temores de que o banco central tenha perdido o foco no controle da inflação.
3. O SURTO ESPECULATIVO DA PRATA
Se você quer provas de um boom especulativo de fim de ano, basta olhar para a prata (link). Ela subiu 30% nas últimas três semanas. Isso já é notável, mas o que este gráfico de Brent Donnelly, da Spectra Markets, mostra é ainda mais surpreendente: uma onça de prata XAG= agora vale mais do que um barril de petróleo bruto dos EUA CLc1 pela primeira vez na história, exceto quando o preço dos contratos futuros de petróleo caiu brevemente abaixo de zero em abril de 2020.
4. A VISÃO TURVA DA ORACLE
Nos últimos meses, as ações da Oracle têm se comportado mais como uma "ação meme" do que como uma das maiores empresas do mundo. As ações subiram 36% em um único dia em setembro e, na semana passada, (link) caíram 15% em dois dias, uma magnitude de declínio vista apenas durante a pandemia, em 2008 e nas crises das empresas ponto-com. A Oracle está se tornando cada vez mais um indicador do sentimento geral dos investidores em relação à IA – e os sinais atuais não são nada animadores.
5. A CRESCENTE FORÇA DO IUAN
O dólar norte-americano se manteve firme no segundo semestre do ano, com o índice do dólar subindo quase 2% nesse período. Mas vem apresentando uma trajetória de queda constante em relação ao iuan chinês (CNY). Na última semana completa do ano, essa taxa de câmbio está em sua mínima em 14 meses (link), com a barreira dos 7,00 iuanes à vista.
Dado que o superávit comercial da China ultrapassou US$ 1 trilhão pela primeira vez, a pressão sobre Pequim para permitir que o iuan se valorize ainda mais — muito mais — está aumentando.
(As opiniões aqui expressas são as do autor (link), colunista da Reuters)
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