
Por Karen Brettell
NOVA YORK, 30 Out (Reuters) - O iene caía em relação ao dólar nesta quinta-feira depois que o Banco do Japão adotou um tom menos "hawkish" do que os operadores esperavam, enquanto o dólar avançava depois que o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, disse na véspera que um corte nos juros em dezembro não é garantido.
O Banco do Japão manteve a taxa de juros e o seu presidente, Kazuo Ueda, enviou o sinal mais forte até o momento de que um aumento seria possível já em dezembro, dependendo das perspectivas para os salários no próximo ano.
Entretanto, "as autoridades do banco central do Japão decepcionaram os otimistas em relação ao iene ao permanecerem em espera e exibirem o mesmo grau de divergência que em setembro", disse Karl Schamotta, estrategista-chefe de mercado da Corpay.
Em uma coletiva de imprensa após a reunião, Ueda também ofereceu poucos detalhes sobre quando o banco central pode aumentar os juros em seguida, aumentando a pressão sobre o iene.
O contraste com a comunicação do Fed contribuiu para o movimento do dólar/iene.
Powell disse na quarta-feira que uma divisão dentro do banco central dos EUA e a falta de dados do governo federal podem colocar outro corte na taxa de juros fora de alcance este ano, ao mesmo tempo em que reconheceu as ameaças que as autoridades veem para o mercado de trabalho, mas também a natureza arriscada de adotar novos movimentos nos juros sem um quadro mais completo da economia.
O Fed cortou a taxa de juros, como esperado, com duas dissidências. O diretor Stephen Miran novamente pediu uma redução mais profunda nos custos dos empréstimos, enquanto o presidente do Fed de Kansas City, Jeffrey Schmid, defendeu que não houvesse nenhum corte, dada a inflação atual.
"Powell se comunicou de forma desajeitada", disse Brien. "Talvez tenha sido um indicativo de que ele perdeu um pouco do controle do comitê, ou de que o comitê foi tão díspar que ele achou que não deveria impor sua vontade."
Os operadores de juros futuros estão agora precificando em 71% as chances de um corte em dezembro, abaixo dos cerca de 85% antes dos comentários de Powell.
O índice do dólar =USD subia 0,35%, a 99,49, depois de atingir 99,72, o maior valor desde 1º de agosto.
Em relação ao iene japonês JPY=, o dólar se fortalecia 0,98%, para 154,21, máxima desde 13 de fevereiro.
O euro permanecia em baixa depois que o Banco Central Europeu manteve a taxa de juros em 2% pela terceira reunião consecutiva nesta quinta-feira, e não deu nenhuma dica sobre futuros movimentos. O EUR= tinha queda de 0,2%, a US$1,1576, depois de atingir US$1,1546, patamar mais baixo desde 14 de outubro.
(Reportagem adicional de Rae Wee e Alun John)
((Tradução Redação São Paulo))
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