
Por Karen Brettell
8 Out (Reuters) - O iene atingiu nesta quarta-feira seu nível mais fraco desde meados de fevereiro em relação ao dólar devido às crescentes preocupações sobre um aumento nos gastos fiscais no Japão, enquanto o euro caía diante da incerteza política na França.
O dólar provavelmente também se beneficiou da falta de dados econômicos do governo, já que o governo federal norte-americano continua fechado. De outra forma, esses dados aumentariam a volatilidade do mercado e poderiam mostrar um enfraquecimento da economia, disseram analistas.
A surpreendente eleição de Sanae Takaichi como líder do partido governista do Japão, o Partido Liberal Democrático, no sábado, afetou o iene devido às expectativas de maior estímulo do governo.
"O mercado está acreditando que o governo de Takaichi adotará políticas mais semelhantes às que vimos durante os anos de Abenomics. Em outras palavras, política fiscal expansionista e política monetária menos restritiva. Mas, no momento, obviamente ainda é uma questão em aberto quais serão as políticas", disse Vassili Serebriakov, estrategista de câmbio e macro do UBS.
Em relação ao iene JPY=, o dólar estava em alta de 0,53%, a 152,7 ienes. Mais cedo, atingiu 152,99, o valor mais alto desde 14 de fevereiro.
A ausência de dados econômicos dos EUA que possam apontar para uma economia em desaceleração está ajudando o dólar a avançar ante seus pares.
A ata da reunião de setembro do Fed, divulgada nesta quarta-feira, mostrou que autoridades do banco central concordaram que os riscos para o mercado de trabalho dos EUA aumentaram o suficiente para justificar um corte na taxa de juros, mas muitos permaneceram cautelosos em relação à inflação alta.
A expectativa é de que o banco central corte a taxa básica em 25 pontos-base em sua reunião de 28 e 29 de outubro, e operadores estão precificando 78% de chances de um corte adicional em dezembro, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.
O euro caía 0,33%, para US$1,1616, depois de atingir US$1,1597, a cotação mais baixa desde 27 de agosto.
O primeiro-ministro interino da França, Sebastien Lecornu, disse na quarta-feira que um acordo poderia eventualmente ser alcançado em um orçamento para 2026, apesar da crise política do país.
Lecornu, o quinto primeiro-ministro da França em dois anos, apresentou sua renúncia e a de seu governo na segunda-feira, poucas horas depois de anunciar a formação do gabinete, tornando-o o governo de vida mais curta da França moderna.
((Tradução Redação Brasília))
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