
Por Joice Alves e Laura Matthews
NOVA YORK/TÓQUIO, 28 Ago (Reuters) - O dólar recuava ante seus pares nesta quinta-feira, com os investidores aumentando as apostas de que o Federal Reserve cortará a taxa de juros no próximo mês, depois que o presidente do Fed de Nova York, John Williams, sinalizou que essa medida seria possível.
A moeda dos Estados Unidos tem estado sob pressão renovada devido ao aumento da campanha do presidente Donald Trump para exercer mais influência sobre a política monetária, e enquanto ele tenta demitir a diretora Lisa Cook.
Cook entrou com uma ação judicial nesta quinta-feira, alegando que Trump não tem poder para destituí-la do cargo.
O dólar reduziu algumas de suas perdas depois que os dados desta quinta-feira mostraram uma queda nos pedidos de auxílio-desemprego e uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) um pouco maior do que a esperada, mas ainda estava do lado negativo.
"A incerteza em torno da independência do Fed continua pesando sobre os mercados, agravada pelo aumento das tarifas sobre a Índia e pela perspectiva de envio da Guarda Nacional para mais cidades", disse Uto Shinohara, estrategista sênior de investimentos da Mesirow Currency Management.
O índice do dólar =USD -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,19%, a 97,937.
O dólar tinha queda de 0,28% em relação ao iene JPY=, a 146,97.
O euro EUR= era negociado a US$1,1672, em alta de 0,29% no dia.
Williams disse em uma entrevista à CNBC na quarta-feira que é provável que os juros possam cair em algum momento, mas os membros devem ver o que os próximos dados indicam sobre a economia para decidir se um corte na reunião do Fed de 16 e 17 de setembro é apropriado.
Os principais dados a serem divulgados antes dessa reunião são o índice PCE na sexta-feira - a medida de inflação preferida do Fed - e o relatório de emprego de agosto na próxima semana.
Atualmente, operadores veem de 87% de chance de um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros no próximo mês, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.
((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))
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