Por Stefano Rebaudo e Jaspreet Kalra
15 Ago (Reuters) - O dólar recuava nesta sexta-feira, com os investidores permanecendo cautelosos em relação às perspectivas para os juros antes de dados de preços de importados dos Estados Unidos, depois que números recentes sugeriram que a inflação pode acelerar nos próximos meses.
O iene superava o euro e a libra após dados surpreendentes sobre o forte crescimento japonês, que mostraram que os volumes de exportação resistiram bem às novas tarifas dos EUA.
Todas as atenções estarão voltadas para a reunião no Alasca nesta sexta-feira, entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, embora as expectativas de um acordo de cessar-fogo na Ucrânia permaneçam incertas.
Os números dos preços de importados dos EUA serão observados mais de perto do que o normal, depois que dados de quinta-feira mostraram um salto surpreendentemente acentuado nos preços ao produtor dos EUA no mês passado, elevando o dólar.
Se os preços de importados continuarem subindo, isso pode indicar que as empresas dos EUA estão absorvendo totalmente as tarifas, deixando-as com duas opções: repassar os custos para os consumidores, o que pode estimular a inflação, ou aceitar o impacto nas margens de lucro.
Os mercados monetários refletem uma chance de 95% de um corte de 25 pontos-base nos juros pelo Fed em setembro. Eles precificavam totalmente um corte de 25 pontos-base e uma chance de 5% de um movimento maior de 50 pontos-base antes dos dados de quinta-feira dos EUA.
Os mercados também aguardam o simpósio de Jackson Hole na próxima semana para obter pistas sobre o próximo passo do Fed. Sinais de fraqueza no mercado de trabalho dos EUA, combinados com a inflação decorrente das tarifas comerciais, podem representar um dilema para a trajetória da política monetária.
O iene JPY=EBS subia 0,4% em relação ao dólar, a 147,20, ajudado por dados que mostram que a economia do Japão cresceu muito mais rápido do que o esperado no segundo trimestre.
O euro ganhava 0,25% em relação ao dólar EUR=EBS, para US$ 1,1675. A maioria dos analistas espera que a moeda única se beneficie de qualquer acordo de cessar-fogo na Ucrânia.
"A reunião Trump-Putin e qualquer melhor clareza sobre o caminho a seguir no conflito da Ucrânia têm implicações mais duradouras para o euro do que para o dólar", disse Francesco Pesole, estrategista cambial do ING.
A libra tinha alta de 0,20% em relação à moeda norte-americana GBP=D3, a US$1,3553.
((Tradução Redação São Paulo))
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