LONDRES, 4 Ago (Reuters) - O dólar norte-americano encontrou algum apoio, esta segunda-feira, após o sombrio relatório de empregos dos Estados Unidos de sexta-feira e a demissão por parte do Presidente Donald Trump de uma alta responsável das estatísticas terem atingido a moeda e levado investidores a aumentar as apostas em cortes iminentes nas taxas da Reserva Federal.
Os dados de sexta-feira mostraram que o crescimento do emprego nos Estados Unidos ficou aquém das expectativas em Julho, enquanto que a contagem das folhas de salários não agrícolas para os dois meses anteriores foi revista em baixa em 258.000 empregos, sugerindo uma forte deterioração das condições do mercado de trabalho.
A acrescentar aos ventos contrários para os mercados, Trump demitiu a comissária do Departamento de Estatísticas do Trabalho, Erika McEntarfer, no mesmo dia, acusando-a de falsificar os números do emprego.
Uma demissão inesperada da governadora da Fed, Adriana Kugler, também abriu a porta para Trump deixar uma marca no banco central muito antes do previsto. Trump tem estado em desacordo com a Fed por não ter baixado as taxas de juro mais cedo.
A enxurrada de desenvolvimentos foi um golpe duplo para o dólar, que afundou mais de 2% face ao iene e cerca de 1,5% face ao euro na sexta-feira.
O dólar estabilizou, esta segunda-feira, sendo que estava a ser negociado nos 147,47 ienes JPY=EBS. Ainda assim, caiu mais de 3 ienes face ao seu pico de sexta-feira.
O euro EUR=EBS também registou poucas mudanças esta segunda-feira, ao cotar-se nos 1,1584 dólares EUR=EBS, enquanto que a libra GBP=D3 apreciou 0,2% para os 1,3310 dólares.
Trump disse, no domingo, que vai anunciar um candidato para preencher a vaga na Fed e um novo chefe do Departamento de Estatísticas do Trabalho nos próximos dias.
Contra um cabaz de moedas, o dólar =USD registou poucas alterações, ao ficar nos 98,70, após cair mais de 1,3% na sexta-feira.
O dólar apreciou 3,4% em Julho, o seu maior ganho mensal desde um salto de 5% em Abril de 2022 e o primeiro aumento mensal do ano, à medida que os mercados ficaram mais à vontade com a política comercial de Trump e os dados económicos permaneceram resistentes perante as tarifas.
A 'yield' do Tesouro a dois anos US2YT=RR,sensível à política, caiu para um mínimo de três meses de 3,659% esta segunda-feira, com os investidores a aumentar fortemente as apostas de um corte da Fed em Setembro, enquanto a 'yield' de referência a 10 anos US10YT=RR não se afastou muito de um mínimo de um mês nos 4,2257%. US/
Os mercados estão agora a avaliar uma probabilidade de mais de 90% de a Fed reduzir as taxas num quarto de ponto no próximo mês, devido aos dados de emprego mais fracos que o esperado, com um pouco menos de 60 pontos base de cortes esperados até Dezembro, o que implica dois cortes de 23 pontos base e uma probabilidade de 40% de um terceiro. 0#USDIRPR
Noutras moedas, o dólar consolidou-se em mais de 0,4% face ao franco suíço CHF=EBS, após Trump ter atingido o país com algumas das tarifas mais altas como parte da redefinição do comércio global da Casa Branca.
O euro subiu 0,4% face à moeda suíça EURCHF=EBS.
O governo suíço realizará uma reunião especial esta segunda-feira para discutir os próximos passos e disse que continua aberto a rever a sua oferta aos Estados Unidos.
Texto integral em inglês: nL1N3TW0BJ