Por Samuel Indyk e Rae Wee
LONDRES, 4 Ago (Reuters) - O dólar encontrava alguma sustentação nesta segunda-feira depois que o relatório de empregos dos Estados Unidos de sexta-feira e a demissão de um importante funcionário do setor de estatísticas pelo presidente Donald Trump abalaram a moeda e levaram os investidores a aumentar as apostas de cortes iminentes nos juros pelo Federal Reserve.
Os dados de sexta-feira mostraram que a criação de vagas de trabalho nos EUA ficou abaixo das expectativas em julho, enquanto o número dos dois meses anteriores foi revisada para baixo em 258.000 empregos, sugerindo uma forte deterioração nas condições do mercado de trabalho.
"O relatório em si talvez não tenha sido tão fraco, mas as revisões foram extremamente significativas", disse Mohamad Al-Saraf, estrategista de câmbio do Danske Bank.
"Temos dificuldade em ver como o Fed não poderá reduzir os juros na reunião de setembro."
Além disso, Trump demitiu a comissária do Escritório de Estatísticas do Trabalho, Erika McEntarfer, no mesmo dia, acusando-a de falsificar os números de empregos.
Uma renúncia inesperada da diretora do Fed, Adriana Kugler, também abriu as portas para que Trump deixe sua marca no banco central muito antes do previsto. Trump está em desacordo com o Fed por não ter reduzido a taxa de juros mais cedo.
A enxurrada de acontecimentos deu um golpe duplo no dólar, que afundou mais de 2% em relação ao iene e cerca de 1,5% em relação ao euro na sexta-feira.
O dólar recuperava algumas de suas perdas nesta segunda-feira, sendo negociado com alta de 0,3% contra a moeda japonesa, a 147,91 ienes JPY=EBS. Ainda assim, tinha perda de cerca de 3 ienes em relação ao pico registrado na sexta-feira.
O euro EUR=EBS caía 0,2%, para US$1,1561 EUR=EBS, enquanto a libra GBP=D3 tinha pouca alteração, a US$1,3276.
Em relação a uma cesta de moedas, o dólar =USD subia 0,2%, para 98,88, depois de cair mais de 1,3% na sexta-feira.
((Tradução Redação São Paulo))
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