Por Amanda Cooper e Chibuike Oguh
NOVA YORK/LONDRES, 31 Jul (Reuters) - O dólar caminha nesta quinta-feira para seu primeiro ganho mensal do ano em relação às principais moedas, sustentado pelo alívio das tensões comerciais e pela resiliência econômica dos Estados Unidos.
Em um movimento amplamente esperada, o Banco do Japão manteve nesta quinta a taxa de juros de curto prazo em 0,5% por votação unânime, mas revisou para cima suas previsões de inflação para os próximos anos.
Isso ocorreu depois que o Federal Reserve deixou os juros inalteradas na quarta-feira, ignorando os insistentes pedidos do presidente dos EUA, Donald Trump, para reduzir os custos dos empréstimos. O chair do Fed, Jerome Powell, também indicou que não tem pressa em reduzir os custos dos empréstimos.
O dólar se fortalecia em relação ao iene JPY=EBS, sendo negociado em seu nível mais alto desde 28 de maio. A moeda norte-americana está a caminho de ganhar 4,4% em julho, o que seria o maior aumento mensal desde dezembro de 2024. O dólar tinha alta de 0,62%, a 150,44 ienes.
O índice do dólar =USD tinha estabilidade em 99,85, depois de subir quase 1% na sessão anterior, e deve registrar o primeiro ganho mensal em 2025.
"Há um choque e um atrito entre o que o Fed está vendo e decidindo fazer, e o que a Casa Branca e talvez muitas pessoas no mercado de ações querem que o Fed faça", disse Juan Perez, diretor de negociação da Monex USA em Washington.
"Se tivéssemos deixado o tom hawkish, a postura hawkish e a coletiva de imprensa hawkish de lado, faria sentido ver o dólar subir - o que aconteceu. Mas hoje, por causa do atrito entre o Fed e a Casa Branca, o dólar está mais uma vez pisando no freio", acrescentou Perez.
Dados mostraram que o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego aumentou apenas marginalmente na semana passada, sugerindo que o mercado de trabalho dos EUA permaneceu estável.
O euro EUR=EBS tem sido uma das maiores vítimas da alta do dólar neste mês, já que os investidores correram para desfazer as apostas feitas neste ano sob a premissa de que o mercado europeu poderia oferecer melhores oportunidades.
O euro subia 0,27%, a US$1,1435, tendo atingido uma mínima de sete semanas na quarta-feira. Ainda assim, deve acumular perdas de quase 3% este mês.
((Tradução Redação São Paulo))
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