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GRÁFICO-Cortes de juros de grandes bancos centrais desaceleram com tarifas e política em foco

Reuters31 de jul de 2025 às 12:58

Por Alun John e Naomi Rovnick

- O ritmo dos cortes nas taxas globais de juros está diminuindo à medida que o Banco Central Europeu se aproxima do fim de seu ciclo de flexibilização, o Federal Reserve permanece cauteloso em relação à inflação impulsionada por tarifas comerciais e os investidores observam se o Reino Unido acelera a partir daqui.

O Fed adotou um tom "hawkish" na quarta-feira, ao mesmo tempo em que manteve as taxas estáveis, uma abordagem que elevou o dólar e atenuou os temores de que a intensa pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o chair do Fed, Jerome Powell, tenha corroído a independência do banco central norte-americano.

Aqui está a posição dos 10 grandes bancos centrais:

1/ SUÍÇA

As apostas de que o Banco Nacional da Suíça usará taxas de juros negativas para combater o aumento aparentemente imparável do franco CHF= desapareceram depois que a autoridade monetária manteve os custos de empréstimo de referência em 0% em junho.

Os operadores consideram quase certa outra pausa em setembro e especulam que o SNB tenha começado a intervir para enfraquecer o franco.

2/ CANADÁ

O Banco do Canadá manteve sua taxa básica de juros em 2,75% pela terceira reunião consecutiva na quarta-feira, citando riscos menores de uma guerra comercial global grave e crescente.

No entanto, ele se recusou a fornecer previsões econômicas detalhadas, citando a incerteza em torno da política comercial dos EUA, e disse que, se a economia se enfraquecesse ainda mais, poderia cortar as taxas novamente.

A autoridade monetária canadense reduziu as taxas em 225 pontos-base desde junho de 2024, e os mercados veem uma chance razoável de mais um corte até o final do ano.

3/ SUÉCIA

Antes dos dados decepcionantes do PIB do segundo trimestre da Suécia, divulgados na terça-feira, o Riksbank reduziu sua taxa básica para 2% no mês passado e disse que a política poderia ser flexibilizada novamente este ano se a inflação permanecer moderada e o crescimento continuar fraco.

4/ NOVA ZELÂNDIA

O Reserve Bank of New Zealand, que já reduziu as taxas em 225 pontos-base neste ciclo, manteve os custos dos empréstimos estáveis no início deste mês, mas disse que espera afrouxar a política monetária se as pressões sobre os preços continuarem a diminuir, como esperado.

5/ ZONA DO EURO

O Banco Central Europeu manteve o juro estável na semana passada, depois de ter feito oito cortes em um ano, e muitos analistas esperam que ele tenha terminado com a flexibilização neste ciclo.

O acordo comercial entre a UE e os EUA tirou da mesa os piores cenários de tarifas e, juntamente com a avaliação relativamente otimista do BCE sobre as perspectivas econômicas, aliviou os temores de que a inflação caísse significativamente abaixo de sua meta de 2%.

A principal taxa de juros do BCE está atualmente em 2%, abaixo dos 4% de um ano atrás, embora os mercados vejam alguma chance de mais um corte.

6/ ESTADOS UNIDOS

O Federal Reserve permaneceu em pausa na quarta-feira e os investidores reagiram aos comentários do presidente Jerome Powell, cortando as apostas de que os custos dos empréstimos começariam a cair em setembro, colocando em risco US$18 bilhões em apostas na fraqueza do dólar.

Isso poderia alimentar a ira do presidente Donald Trump, que exigiu um alívio imediato e acentuado dos juros.

Powell disse que o Fed está concentrado no controle da inflação -- e não nos empréstimos do governo ou nos custos das hipotecas imobiliárias que Trump quer reduzir.

Ele acrescentou que o risco de aumento das pressões sobre os preços devido às políticas comerciais e outras políticas da administração permanece muito alto para que o Fed comece a afrouxar seu controle "modestamente restritivo" sobre a economia até que mais informações sejam coletadas.

O Fed permaneceu em espera durante todo este ano, e os mercados veem menos de 50% de chance de um corte nas taxas em setembro.

7/ REINO UNIDO

O Banco da Inglaterra se reúne em 7 de agosto.

Os mercados esperam um corte de 25 pontos-base na taxa, mesmo depois que os dados deste mês mostraram um salto surpreendente na inflação e um esfriamento menos dramático do que o esperado no mercado de trabalho.

A inflação persistente significa que a autoridade monetária britânica tem sido mais cautelosa do que a maioria com a flexibilização. Os mercados preveem dois cortes de 25 pontos-base nas taxas até o final do ano -- incluindo uma mudança em agosto.

8/ AUSTRÁLIA

O Reserve Bank of Australia também é cauteloso e surpreendeu os mercados no início deste mês ao manter os juros estáveis em 3,85%, enquanto aguarda a confirmação de que a inflação continua a desacelerar.

Os dados de quarta-feira, que mostram que os preços ao consumidor australiano cresceram no ritmo mais lento em mais de quatro anos no trimestre de junho, devem ajudar, e os mercados estão quase certos de que o RBA reduzirá sua taxa à vista de 3,85% em 25 pontos-base no próximo mês e continuará a flexibilização para 3,10% até o final do ano.

9/ NORUEGA

O banco central da Noruega cortou as taxas em 25 pontos-base para 4,25% no mês passado, sua primeira redução desde 2020, mas com apenas mais uma totalmente precificada para 2025.

O Norges Bank tem sido o mais cauteloso entre os bancos centrais dos mercados desenvolvidos, e os dados deste mês, que mostram o núcleo da inflação em 3,1%, reforçaram essa postura.

10/ JAPÃO

O Banco do Japão, o único grande banco central em modo de aumento, manteve as taxas de juros estáveis em 0,5% nesta quinta-feira, mas revisou para cima suas previsões de inflação e ofereceu uma perspectiva menos sombria sobre a economia do que há três meses.

Essas mudanças mantiveram a confiança de que o banco central japonês retomará os aumentos este ano.

((Tradução Redação São Paulo))

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