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FOREX-Dólar cai antes do fim do prazo para negociar tarifas de Trump

Reuters22 de jul de 2025 às 15:50

Por Amanda Cooper e Gertrude Chavez-Dreyfuss

- O dólar cedia nesta terça-feira, com o iene sendo um dos principais ganhadores em relação à moeda americana, enquanto os investidores acompanhavam as negociações antes do prazo final de 1º de agosto, que pode trazer tarifas pesadas sobre produtos de parceiros comerciais dos EUA que não fecharem acordos.

As negociações foram em grande parte moderadas, com a moeda japonesa avançando pela segunda sessão consecutiva após os resultados da eleição da câmara alta no fim de semana no Japão, que já haviam sido precificados.

O foco mudou para a rapidez com que Tóquio pode fechar um acordo comercial com Washington, bem como para o futuro do primeiro-ministro Shigeru Ishiba no comando.

Às 12h42, o dólar cedia 0,66%, para 146,41 ienes JPY=EBS, tendo caído mais de 1% na segunda-feira.

Faltando pouco mais de uma semana para 1º de agosto, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse na segunda-feira que o governo está mais preocupado com a qualidade dos acordos comerciais do que com seu cronograma.

Questionado se o prazo poderia ser estendido para países envolvidos em negociações produtivas com Washington, Bessent disse que o presidente Donald Trump tomaria essa decisão.

"Os mercados estão... ignorando esse ruído (prazo final para tarifas em 1º de agosto) até que algo realmente definitivo aconteça", disse Brad Bechtel, chefe global de câmbio da Jefferies em Nova York.

"E muitos dos dados parecem estar bons, mesmo com todas as tarifas, pelo menos aquelas que já foram implementadas."

A incerteza sobre o eventual nível das tarifas globais tem sido um grande peso para o mercado de câmbio, deixando as moedas sendo negociadas em uma faixa estreita na maior parte do tempo, mesmo com as ações em Wall Street atingindo novas máximas.

O índice do dólar =USD -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,41%, a 97,447, tendo enfraquecido cerca de 0,6% na segunda-feira.

O euro EUR=EBS subia 0,35%, para US$ 1,1740, com o Banco Central Europeu também em destaque nesta semana. No entanto, não se espera que o banco ajuste as taxas de juros da zona do euro.

Um acordo entre a União Europeia, que pode enfrentar tarifas de 30% a partir de 1º de agosto, e os Estados Unidos permanece incerto. Diplomatas da UE disseram na segunda-feira que estavam explorando um conjunto mais amplo de possíveis contramedidas, dadas as perspectivas cada vez menores de um acordo.

"O governo Trump demonstrou pouca tolerância a medidas retaliatórias, e há um risco de que isso possa se transformar (mesmo que temporariamente) em uma escalada tarifária retaliatória", escreveu Francesco Pesole, estrategista de câmbio do ING, em nota.

"A capacidade do euro de manter a preferência sobre o dólar em meio a tensões tarifárias dependerá da extensão de qualquer escalada e se a UE emergirá como uma perdedora relativa enquanto outros países garantem acordos significativos com os EUA", acrescentou.

Também pesavam na mente dos investidores as preocupações sobre a independência do Federal Reserve, já que Trump criticou repetidamente o presidente Jerome Powell e o incentivou a renunciar devido à relutância do banco central em cortar juros.

"Nosso cenário base continua sendo o de que dados sólidos dos EUA e uma recuperação da inflação, impulsionada por tarifas, manterão o Fomc em espera até 2026, e que a mudança resultante nos diferenciais das taxas de juros impulsionará uma recuperação contínua do dólar nos próximos meses", disse Jonas Goltermann, vice-economista-chefe de mercados da Capital Economics.

"Mas essa visão está claramente à mercê dos caprichos da Casa Branca", acrescentou.

(Reportagem de Amanda Cooper em Londres e Gertrude Chavez-Dreyfuss em Nova York; reportagem adicional de Rae Wee e Ankur Banerjee em Cingapura)

((Tradução Redação São Paulo))

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