TÓQUIO, 30 Jun (Reuters) - O dólar deslizou, esta segunda-feira, face ao iene e atingiu o seu mínimo em quase quatro anos face ao euro, com o optimismo do mercado em relação aos acordos dos Estados Unidos a reforçar as apostas de cortes antecipados das taxas de juro pela Reserva Federal.
O dólar também se manteve perto de um mínimo de quatro anos face à libra e de um mínimo de mais de uma década face ao franco suíço, após a Casa Branca se ter aproximado de um acordo com a China, enquanto que o Canadá abandonou um imposto sobre os serviços digitais para reiniciar as conversações que estavam paradas.
Os investidores interpretaram o depoimento do presidente da Fed, Jerome Powell, ao Congresso dos Estados Unidos na semana passada como macio, após este ter dito que os cortes nas taxas eram prováveis se a inflação não subisse este Verão devido às tarifas.
As apostas para uma redução de pelo menos um quarto de ponto até Setembro subiram para 91,5%, segundo a ferramenta FedWatch do CME Group, face aos cerca de 83% uma semana antes. O comité de fixação de taxas da Fed também se reúne no próximo mês, mas não se reúne em Agosto.
Uma série de relatórios de dados são esperados nos Estados Unidos esta semana, incluindo um relatório chave de empregos que pode influenciar as expectativas do mercado sobre qual será o próximo passo do banco central.
Um peso adicional sobre o dólar veio do ataque contínuo de Donald Trump a Powell, após o Presidente dos Estados Unidos ter dito, na sexta-feira, que "adoraria" se o chefe da Fed renunciasse antes do fim de seu mandato em Maio.
Trump também disse que queria reduzir a taxa de referência para 1%, de 4,25% a 4,5% agora, e reiterou que planeava substituir Powell por um presidente da Fed mais macio.
Os investidores também estão atentos ao enorme corte de impostos e ao projecto-lei de gastos de Trump, agora em apreciação no Senado, que poderá acrescentar 3,3 milhões de milhões de dólares à dívida nacional ao longo de uma década, segundo as estimativas do Gabinete de Orçamento do Congresso.
O índice do dólar =USD, que mede a moeda norte-americana face a outras seis divisas principais, está a caminho da sua maior queda nos primeiros seis meses de um ano desde que a era das moedas de flutuação livre que começou no início dos anos 1970.
O índice manteve-se estável nos 97,183, ficando perto do seu mínimo de mais de três anos atingido na semana passada.
O dólar caiu 0,4% JPY=EBS para os 144,11 ienes, enquanto que o euro EUR=EBS praticamente não registou alterações, ao cotar-se nos 1,1723 dólares, não muito longe do seu máximo desde Setembro de 2021, atingido na semana passada.
A libra GBP=D3 caiu 0,1% para os 1,3701 dólares, ficando perto do máximo de quinta-feira de 1,37701 dólares, não visto desde Outubro de 2021.
O dólar seguia moderado face ao franco suíço CHF=EBS nos 0,7978 francos, após cair na sexta-feira para os 0,7955 pela primeira vez desde Janeiro de 2015, quando o Banco Nacional Suíço removeu de forma inesperada um limite para o valor da moeda face ao euro.
Na sexta-feira, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse que Washington e Pequim tinham resolvido questões relacionadas com os envios de minerais de terras raras e ímanes chineses para os Estados Unidos, modificando ainda mais um acordo de Maio em Genebra.
Ele também disse que acordos comerciais com outros países poderiam ser feitos até ao feriado do Dia do Trabalho dos Estados Unidos a 1 de Setembro, sugerindo alguma margem de manobra no prazo de 9 de Julho de Trump para chegar a acordos ou enfrentar tarifas "recíprocas" agressivas.
O yuan CNH=D3 subiu 0,1% para 7,163 por dólar após as notícias sobre os acordos comerciais, enquanto que o dólar canadiano CAD=D3 perdeu alguns ganhos iniciais e seguia estável.
Texto integral em inglês: nL1N3SX052