Por Karen Brettell
NOVA YORK, 27 Jun (Reuters) - O dólar atingiu uma nova mínima de três anos e meio em relação ao euro nesta sexta-feira, com os investidores apostando que o Federal Reserve cortará os juros mais vezes e possivelmente mais cedo do que o esperado anteriormente, já que alguns dados dos Estados apontam para enfraquecimento da economia.
Um relatório divulgado nesta sexta-feira mostrou que os gastos dos consumidores dos EUA caíram inesperadamente em maio, já que o impulso da compra preventiva de bens, como veículos automotores, antes das tarifas, diminuiu, enquanto os aumentos mensais da inflação permaneceram moderados.
Na quinta-feira, um relatório semanal mostrou que os pedidos de auxílio-desemprego contínuos nos EUA subiram para o nível mais alto desde novembro de 2021, enquanto os números do Produto Interno Bruto para o primeiro trimestre refletiram uma forte redução dos gastos do consumidor.
"Alguns dos dados que recebemos não foram particularmente bons nos últimos dias", disse Lou Brien, estrategista da DRW Trading.
O depoimento do chair do Fed, Jerome Powell, ao Congresso dos EUA nesta semana foi interpretado como "dovish", depois que ele observou que os cortes nos juros são prováveis se a inflação não aumentar em breve, como ele espera.
Relatos de que o presidente dos EUA, Donald Trump, também poderia nomear um substituto para Powell nos próximos meses contribuíram para a fraqueza do dólar.
A expectativa é de que o novo chair do Fed seja mais "dovish" e uma nomeação antecipada poderia minar a influência de Powell, atuando como um presidente-sombra antes do término do mandato de Powell em maio.
Trump ainda não decidiu sobre o substituto de Powell e a decisão não é iminente, disse na quinta-feira uma pessoa familiarizada com as deliberações da Casa Branca.
O índice do dólar =USD caía 0,15%, para 97,23, enquanto o euro EUR= subia 0,21%, para US$1,1723. A moeda única atingiu US$1,1754, o maior valor desde setembro de 2021.
O euro foi levemente impulsionado depois que dados mostraram que os preços ao consumidor na França subiram mais do que o esperado em junho, enquanto a inflação de 12 meses na Espanha harmonizada pela UE também subiu.
Cortes nos juros pelo Fed reduziriam a vantagem da taxa de juros do dólar em relação a seus pares.
(Reportagem adicional de Lucy Raitano e Ankur Banerjee)
((Tradução Redação São Paulo))
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