Por Dan Burns
6 Jun (Reuters) - Nenhum dos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos manipulou sua moeda em 2024, informou o Departamento do Tesouro na quinta-feira no primeiro relatório semestral sobre câmbio do governo do presidente Donald Trump, embora sua "lista de monitoramento" de países que merecem atenção tenha aumentado para nove, com a inclusão da Irlanda e da Suíça.
Embora não tenha rotulado a China como manipuladora por enquanto, apesar da "pressão de depreciação" enfrentada por sua moeda, o iuan, o Tesouro emitiu uma advertência severa a Pequim, dizendo que "se destaca entre nossos principais parceiros comerciais por sua falta de transparência em relação a suas políticas e práticas cambiais".
"Essa falta de transparência não impedirá o Tesouro de designar a China se as evidências disponíveis sugerirem que ela está intervindo por meio de canais formais ou informais para resistir à valorização (do iuan) no futuro", disse o Tesouro em um comunicado.
O Tesouro informou que China, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Cingapura, Vietnã, Alemanha, Irlanda e Suíça estão em sua lista de monitoramento para uma análise cambial extra.
Os países que atendem a dois dos critérios - um superávit comercial com os EUA de pelo menos US$15 bilhões, um superávit de conta global acima de 3% do PIB e compras persistentes e unidirecionais de moeda estrangeira - são automaticamente adicionados à lista.
A Irlanda e a Suíça foram incluídas devido a seus grandes superávits comerciais e de conta corrente com os EUA.
O Banco Nacional Suíço negou nesta sexta-feira manipular sua moeda, mas disse que continuará agindo no interesse da Suíça, conforme um franco suíço forte ajudou a empurrar a inflação para o terreno negativo no mês passado.
O banco central suíço "não se envolve em nenhuma manipulação do franco suíço", disse. "Ele não busca evitar ajustes na balança comercial ou obter vantagens competitivas injustas para a economia suíça."
Trump, em seu primeiro mandato, rotulou a China como manipuladora em agosto de 2019, uma medida tomada na época - como agora - em meio ao aumento das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
O Departamento do Tesouro retirou a designação em janeiro de 2020, quando as autoridades chinesas chegaram a Washington para assinar um acordo comercial com os EUA.
O relatório foi divulgado horas depois que Trump conversou com o líder chinês, Xi Jinping, pela primeira vez desde que retornou à Casa Branca, em meio a um impasse comercial ainda mais tenso entre os dois países.
O documento abrange o último ano completo do governo de Joe Biden, que durante seu mandato de quatro anos nunca rotulou nenhum parceiro comercial como manipulador cambial, mas levantou preocupações semelhantes sobre o comportamento e a falta de transparência da China.
((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))
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