Por Saqib Iqbal Ahmed
2 Jun (Reuters) - O dólar recuava de forma generalizada nesta segunda-feira, perdendo os ganhos da semana anterior, uma vez que os mercados avaliavam as perspectivas para a política tarifária do presidente Donald Trump e seu potencial de prejudicar o crescimento e estimular a inflação.
A moeda norte-americana caía depois que Trump disse na sexta-feira que planeja dobrar as tarifas sobre o aço e o alumínio importados para 50% a partir de quarta-feira, e quando Pequim rebateu as acusações de que violou um acordo sobre remessas de minerais críticos.
O Ministério do Comércio da China disse nesta segunda-feira que as acusações de Trump são "infundadas" e prometeu tomar medidas enérgicas não especificadas para proteger seus interesses.
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse no domingo que Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, provavelmente terão uma ligação em breve, e "isso será resolvido".
Michael Brown, analista de mercado da corretora online Pepperstone, observou que a pressão de venda sobre o dólar era ampla.
"Sempre que vemos um ressurgimento das preocupações com as tarifas, todo mundo começa a voltar a vender os EUA mais uma vez", disse Brown.
O índice do dólar =USD, que mede seu desempenho em relação a seis outras moedas importantes, recuava 0,6%, para 98,75, e estava bem próximo da menor cotação em três anos de 97,923 registrada no final de abril.
Em relação ao iene JPY=EBS, o dólar caía 0,8%, para 142,85 ienes, quase anulando sua alta em relação à moeda japonesa na semana passada.
O euro EUR=EBS subia 0,8%, para US$1,14355 -- sua maior cotação desde o final de abril. Nesta semana, o foco também se voltará para a decisão do Banco Central Europeu (BCE) sobre a taxa de juros e as perspectivas subsequentes.
O dólar ainda ampliou suas perdas depois que dados mostraram que a produção manufatureira dos EUA contraiu pelo terceiro mês consecutivo em maio e que os fornecedores levaram mais tempo para entregar insumos em meio às tarifas, potencialmente sinalizando a iminente escassez de alguns produtos.
((Tradução Redação Brasília))
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