Por Kevin Buckland e Johann M Cherian
2 Jun (Reuters) - O dólar recuava amplamente nesta segunda-feira, perdendo parte dos ganhos da semana anterior, com os mercados avaliando as perspectivas para a política tarifária do presidente Donald Trump e seu potencial de restringir o crescimento e desencadear a inflação.
O dólar começa a semana em baixa, depois que Trump disse na sexta-feira que planeja dobrar as tarifas sobre o aço e o alumínio importados para 50% a partir de quarta-feira, e quando Pequim rebateu as acusações de que teria violado um acordo sobre remessas de minerais críticos.
O Ministério do Comércio da China disse nesta segunda-feira que as acusações de Trump são "infundadas" e prometeu tomar medidas enérgicas não especificadas para proteger seus interesses.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse no domingo que Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, provavelmente terão uma ligação em breve, e "isso será resolvido".
O índice do dólar =USD -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,55%, a 98,811.
O euro EUR= era negociado a US$1,142, em alta de 0,62% no dia, atingindo seu valor mais alto desde o final de abril.
O dólar tinha queda de 0,78% em relação ao iene JPY=, a 142,92.
"As políticas comerciais protecionistas dos EUA aumentaram o risco de a economia norte-americana entrar em um período de 'estagflação', o que pode prejudicar ainda mais o dólar", disse Elias Haddad, estrategista sênior de mercados da Brown Brothers Harriman.
O dólar vem sendo prejudicado há semanas pela guerra comercial de Trump, uma vez que investidores vêm questionando o status da moeda como um ativo seguro, já que o aumento nas tensões fomenta preocupações com uma possível recessão nos EUA.
O dólar caiu cerca de 5% em relação aos seus principais pares desde o anúncio das tarifas do "Dia da Libertação", em 2 de abril, e cerca de 2% nas duas últimas semanas, quando Trump ameaçou impor taxas de 50% sobre a Europa.
((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))
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