Por Lucy Raitano e Rae Wee
29 Mai (Reuters) - O dólar recuava nesta quinta-feira, após acumular ganhos na esteira da decisão de um tribunal de impedir o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas sobre outros países, proporcionando algum alívio para a moeda que tem enfrentado dificuldades neste ano devido à incerteza comercial.
O dólar subiu ante o iene e o franco suíço após a decisão do tribunal comercial que considerou que Trump excedeu sua autoridade ao impor tarifas gerais sobre as importações de parceiros comerciais dos EUA.
O governo Trump entrou com um recurso em poucos minutos.
"As tarifas recíprocas estão canceladas por enquanto, mas isso não deve alterar a tendência. Trump pode encontrar outros meios para impor sua agenda econômica e comercial, portanto, nesse aspecto, é a incerteza dobrada", disse Kenneth Broux, chefe de pesquisa corporativa de câmbio e taxas do Société Générale.
"Para alguns investidores, essa é apenas uma oportunidade de diversificar para ativos que não sejam em dólar."
Os ativos dos EUA, incluindo o dólar, têm sido prejudicados nos últimos meses, à medida que os investidores reavaliam as suposições históricas sobre a força dos mercados dos EUA, devido a uma política comercial errática e à preocupação com o alto endividamento.
O índice do dólar =USD -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,45%, a 99,935.
O dólar tinha alta de 0,12% em relação ao iene JPY=, a 144,99, após atingir brevemente uma máxima de duas semanas, a 146,29 ienes.
O euro EUR= era negociado a US$1,1282, em queda de 0,08% no dia.
"Há uma reação inicial de um dólar mais forte e um iene mais fraco. No entanto, considerando processos judiciais como recursos, não espero um aumento contínuo do dólar", disse Hirofumi Suzuki, estrategista-chefe de câmbio do SMBC.
O índice do dólar permanece em queda de 8% até o momento neste ano e analistas disseram que a nova decisão judicial pouco fez para oferecer clareza sobre as perspectivas para as tarifas e estavam céticos em relação a uma recuperação sustentada do dólar em face de uma longa batalha judicial.
((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))
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