Por Gertrude Chavez-Dreyfuss
NOVA YORK, 19 Mai (Reuters) - O dólar recuava amplamente nesta segunda-feira, atingindo a menor cotação em mais de uma semana ante o iene e o euro, com os mercados digerindo um surpreendente rebaixamento da nota de crédito do governo dos Estados Unidos, enquanto as tensões comerciais também pesavam.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse em entrevistas à televisão no domingo que o presidente Donald Trump imporá tarifas no ritmo que ameaçou no mês passado sobre os parceiros comerciais que não negociarem de "boa fé".
Mas a decisão da Moody's de cortar a principal nota de crédito dos EUA em um nível na sexta-feira provocou o início da queda do dólar. A Moody's citou preocupações sobre a crescente dívida de US$36 trilhões do governo dos EUA.
A medida seguiu ações semelhantes da Fitch em 2023 e da S&P em 2011.
A notícia fez com que o dólar perdesse terreno em relação a seus principais pares, após quatro semanas consecutivas de ganho, quando foi impulsionado pelo aumento do otimismo em relação aos acordos comerciais dos EUA e por um alívio nas tensões com a China, o que diminuiu os temores de uma recessão global.
Porém, a queda do dólar perdeu força ao longo do dia.
"Para mim, isso não é realmente um divisor de águas: A Moody's não nos disse realmente o que já não sabíamos. Todos nós sabemos o que está acontecendo em Washington e o grande déficit orçamentário que eles estão projetando", disse Marc Chandler, estrategista-chefe de mercado da Bannockburn Global Forex.
"Mas o que aconteceu foi que a Ásia e a Europa derrubaram o dólar. Mas os norte-americanos, como eu, pensaram 'qual é o problema'? Então, alguns se aproveitaram disso e compraram o dólar mais fraco."
Em relação ao iene JPY=EBS, o dólar caía 0,5%, para 144,98 ienes.
O euro, por sua vez, avançava 0,6% em relação ao dólar, para US$1,1232 EUR=EBS.
((Tradução Redação Brasília))
REUTERS VB