Por Saeed Azhar e Megan Davies
NOVA YORK, 14 Mai (Reuters) - O presidente do Goldman Sachs, John Waldron, disse que uma recente redução dos ativos em dólares por parte dos investidores mostrou que eles estão retornando a posições mais neutras em relação à moeda norte-americana, em vez de estarem em uma "corrida para os portões".
Os mercados têm testemunhado uma volatilidade enorme nos primeiros meses do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à medida que sua decisão de aumentar as tarifas sobre os parceiros comerciais tem levado alguns investidores a se afastarem dos ativos norte-americanos.
Desde então, a Casa Branca tem feito progressos nos acordos tarifários.
Waldron disse que alguns investidores "que estavam possuindo 10%, 20%, 30% mais dólares em ativos norte-americanos do que estariam obtendo de outra forma" voltaram a uma posição mais neutra.
Ele disse que os investidores estavam otimistas quanto ao fato de os EUA terem um desempenho superior ao do resto do mundo. "Todos, em sua maioria, tinham alguma expressão de sobrepeso nos EUA", disse ele.
No entanto, após o anúncio das tarifas, os clientes têm reposicionado ativamente seus portfólios em moedas, disse Waldron.
"O alívio (das participações em dólar) que vimos (desde 2 de abril) é mais o excesso saindo, não uma corrida em massa para os portões", disse Waldron em uma entrevista à Reuters.
"Há uma sensação de que a volatilidade da formulação de políticas dos EUA é maior e, portanto, deveríamos estar reduzindo nossas posições? Ainda não vimos isso."
A recente trégua na guerra comercial entre os EUA e a China desencadeou uma recuperação das ações e impulsionou o dólar para cima, com o S&P 500 e o Nasdaq recuperando as perdas desde 2 de abril - ou "Dia da Libertação" - quando Trump anunciou tarifas recíprocas abrangentes.
"O mercado está - eu chamaria de relativamente benigno no contexto do que está acontecendo", disse Waldron.
Waldron disse que a maioria das empresas está tentando descobrir como lidar com o impacto das tarifas relativamente mais altas do ponto de vista dos custos.
"Quanto disso vamos... repassar para o preço? Quanto disso vamos impor aos nossos fornecedores? Quem vai arcar com o ônus dessas tarifas? E a resposta é que isso será compartilhado", disse ele.
Ele disse que as medidas tarifárias também têm afetado as fusões e aquisições, interrompendo novas negociações.
"Se você estava trabalhando em uma transação, se estava começando ou entrando nela, provavelmente está fazendo uma pausa", disse ele.
((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))
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