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Banco de Inglaterra baixa taxas para 4,25% ao considerar que tarifas afectam crescimento

Reuters8 de mai de 2025 às 11:36

- O Banco da Inglaterra cortou, esta quinta-feira, a sua principal taxa de juro em 0,25 pontos percentuais para os 4,25%, apesar de uma divisão inesperada em três vias dos decisores de política, já que as tarifas do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pesam sobre o crescimento económico global.

O Comité de Política Monetária do Banco de Inglaterra votou 5-4 a favor da decisão de reduzir as taxas num quarto de ponto. Dois membros, Swati Dhingra e Alan Taylor, votaram a favor de um corte maior de meio ponto, enquanto o economista-chefe Huw Pill e a membro externo Catherine Mann queriam manter as taxas de juro na mesma.

A decisão do banco central britânico é a primeira desde que Trump anunciou tarifas abrangentes a 2 de Abril, o que desencadeou uma turbulência temporária no mercado e levou o Fundo Monetário Internacional a cortar as suas previsões de crescimento para a maioria das principais economias, incluindo o Reino Unido.

O Banco de Inglaterra disse acreditar que o aumento das tarifas norte-americanas e de outros países irá pesar um pouco sobre o crescimento económico britânico e reduzir a inflação no Reino Unido, mas sublinhou que as perspectivas permanecem pouco claras.

"As últimas semanas mostraram como a economia global pode ser imprevisível. É por isso que temos de adoptar uma abordagem gradual e cuidadosa relativamente a novos cortes nas taxas de juro", afirmou Andrew Bailey, Governador do Banco de Inglaterra.

Desde meados do ano passado, o Banco de Inglaterra já reduziu as taxas de juro no mesmo montante que a Reserva Federal dos Estados Unidos, mas menos que o Banco Central Europeu, devido aos receios com o elevado crescimento dos salários e com o risco de uma inflação persistentemente acima do objectivo.

O Banco de Inglaterra afirmou que não tinha uma trajectória pré-definida para as taxas de juro e manteve inalterada a sua linguagem "gradual e cuidadosa" sobre as perspectivas para as taxas. Noutro ponto da acta da reunião de política monetária, afirmou que o impacto das tensões comerciais globais "não deve ser sobrestimado". Alguns investidores têm estado a prever uma aceleração dos cortes nas taxas ainda este ano.

No entanto, uma redução das taxas teria sido menos certa este mês, sem o efeito de arrastamento das tarifas. Para três dos decisores políticos que votaram a favor de um corte de um quarto de ponto, a decisão de reduzir as taxas teria sido "finamente equilibrada" se as tarifas não tivessem entrado em vigor, mostraram as actas da decisão.

Com base na situação em 29 de abril, o Banco de Inglaterra estima que as tarifas norte-americanas reduzirão a dimensão da economia britânica em 0,3% dentro de três anos e contribuirão para que a inflação regresse mais cedo ao objectivo.

Mais tarde nesta quinta-feira, Estados Unidos e Reino Unido deverão anunciar um acordo para reduzir algumas das tarifas Trump sobre as exportações britânicas. No entanto, o Banco de Inglaterra disse que cerca de dois terços dos danos que prevê para o crescimento britânico se devem aos efeitos mais amplos das tarifas na economia mundial, e não às tarifas directas sobre produtos britânicos.

Texto integral em inglês: nBEL8GELAK

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