SYDNEY/LONDRES, 5 Mai (Reuters) - O dólar norte-americano deslizou novamente, esta segunda-feira, com a subida meteórica do seu homólogo taiwanês a alimentar a especulação de que alguns países asiáticos estão preparados para engendrar revalorizações das suas divisas para obter concessões comerciais dos Estados Unidos.
As moedas da Ásia-Pacífico foram as principais beneficiárias dos mercados desenvolvidos, tendo o dólar caído 0,7% face ao iene japonês, para os 143,94, JPY=EBS e o dólar australiano subido numa quantia semelhante para um máximo de cinco meses de 0,6493 dólares. AUD=D3
Os movimentos na Ásia emergente foram mais dramáticos, tendo o dólar deslizado 5,7%, um recorde, face ao dólar taiwanês, para os 28,932 TWD=, somando-se a um movimento de 4,4% na sexta-feira. Isto leva a moeda asiática para perto dos máximos de três anos.
Tem-se especulado que Taiwan está a deixar a sua moeda valorizar-se como parte de um acordo comercial com os Estados Unidos ou, pelo menos, que não estava disposto a intervir para impedir a sua subida, juntamente com fortes entradas de dinheiro quente.
Apesar dos desmentidos das autoridades taiwanesas, os novos ganhos da moeda, esta segunda-feira, levaram o governador do banco central, Yang Chin-long, a convocar apressadamente uma conferência de imprensa, na qual sublinhou mais uma vez que não tinham existido quaisquer conversações sobre taxas de câmbio com os Estados Unidos.
Os mercados chineses 'onshore' estiveram encerrados, mas o yuan 'offshore' atingiu o seu valor mais elevado em quase seis meses, nos 7,1881 CNH= por dólar, com os investidores a apostarem que Pequim poderá deixar a sua moeda fortalecer-se no âmbito das negociações comerciais com Washington.
A moeda seguia nos 7,1962 por dólar e, mesmo que um acordo completo continue longe, os analistas do Barclays disseram numa nota que "o pico das tarifas está, pelo menos localmente, atrás de nós, o que é favorável aos activos de risco e ao câmbio sensível ao risco".
As moedas asiáticas têm sido as mais expostas à especulação tarifária, disseram eles, e, portanto, qualquer novo alívio da tensão pode oferecer algum alívio adicional, particularmente em relação ao euro, dado o quanto ele ganhou desde que o Presidente Donald Trump anunciou novas tarifas abrangentes em 2 de Abril.
Mas, embora o Ministério do Comércio chinês tenha indicado que Pequim estava a avaliar uma oferta de Washington para manter conversações sobre as tarifas de 145% de Trump, os dois lados ainda parecem distantes.
Numa entrevista televisiva transmitida no domingo, Trump reiterou que acreditava que a China queria fazer um acordo, mas não ofereceu detalhes ou calndário.
Ele também disse que não tentaria remover o Presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, mas repetiu os apelos por taxas de juro mais baixas e chamou Powell de "rígido".
A Reserva Federal reúne-se na quarta-feira e espera-se que deixe as taxas estáveis, na sequência de um sólido relatório sobre os salários de Março.
Os mercados implicam agora apenas 37% de hipóteses de uma redução das taxas da Fed em Funho face aos 64% há um mês. A Goldman Sachs e o Barclays mudaram as suas previsões de corte para Julho, em vez de Junho. 0#USDIRPR
Texto integral em inglês: nL1N3RD09E