Por Gertrude Chavez-Dreyfuss
NOVA YORK, 30 Abr (Reuters) - O dólar subia em relação às principais moedas nesta quarta-feira depois que dados mostraram que a economia dos Estados Unidos encolheu no primeiro trimestre, pior do que as expectativas do mercado mas melhor do que as previsões divulgadas por alguns dos maiores bancos dos EUA.
O Produto Interno Bruto (PIB) caiu 0,3% no primeiro trimestre, segundo relatório do Departamento de Comércio, prejudicado por um aumento nas importações buscando antecipar as compras antes da implementação de tarifas pelo governo Trump sobre a maioria dos produtos. Os dados mostraram que as importações pré-tarifárias aumentaram 41,3% nos primeiros três meses do ano.
A previsão era de um aumento de 0,3%, de acordo com economistas consultados pela Reuters. O Goldman Sachs, entretanto, previu uma contração de 0,8% no PIB dos EUA, enquanto o J.P. Morgan projetou queda de 1,75%.
A queda do PIB ocorreu após uma alta de 2,4% no quarto trimestre.
Dito isso, os gastos dos consumidores continuaram a crescer, embora em um ritmo moderado. Os gastos do consumidor com serviços - especialmente assistência médica - cresceram 2,4% no primeiro trimestre.
"Uma resolução bem-sucedida para a política comercial global provavelmente eliminaria a maior parte da volatilidade e da incerteza vividas atualmente pelas empresas e pelos consumidores", escreveu Jeffrey Roach, economista-chefe da LPL Financial, em comentários enviados por email.
"Além disso, o consumidor está muito forte para especular que a economia entrou em recessão. Fora os choques induzidos pelo comércio na gestão de estoques das empresas, a economia está se mantendo."
Após os dados, o dólar ampliou seus ganhos em relação ao iene, sendo negociado em alta de 0,3%, a 142,82 ienes, enquanto o euro caía 0,1%, para US$1,1368 EUR=EBS.
Operadores reduziram ligeiramente as apostas de que o Federal Reserve cortará a taxa de juros em 1 ponto percentual este ano.
Ainda assim, os contratos futuros de juros dos EUA continuaram a apontar para o início dos cortes pelo Fed em junho, com um total provável de quatro reduções de 0,25 ponto percentual, levando a taxa para a faixa de 3,25% a 3,5% até o final do ano.
((Tradução Redação São Paulo)) REUTERS CMO