29 Abr (Reuters) - O dólar apreciou, esta terça-feira, mas ficou a caminho da sua maior queda de dois meses em mais de 20 anos, com os planos de despesa fiscal alemães a impulsionarem o euro, enquanto que as políticas económicas norte-americanas minaram a confiança dos investidores no dólar.
A moeda comum deu um salto no início de Março, quando os partidos alemães, após décadas de austeridade, chegaram a um acordo para aumentar drasticamente a despesa pública, aumentando as expectativas de crescimento da maior economia da Zona Euro.
No início de Abril, os investidores correram para moedas porto-seguro, como o iene e o franco suíço, mas também para o euro, quando o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifas que desencadearam receios de uma guerra comercial total e de um forte abrandamento económico global.
O índice do dólar norte-americano =USD, medida do valor do dólar face a um cabaz de moedas estrangeiras, consolidou-se em 0,25% para os 99,28 esta terça-feira, após cair 0,58% no dia anterior.
Estava a caminho de uma queda de 7,7% em Março e Abril, a maior queda de dois meses desde Maio de 2002.
O dólar obteve apoio esta terça-feira de notícias de que a administração Trump poderá aliviar as tarifas planeadas, embora os investidores também se preocupem com a falta de progresso na redução do conflito comercial EUA-China.
Os Estados Unidos deverão tomar medidas, esta terça-feira, para suavizar o impacto das tarifas sobre o sector automóvel de Trump, enquanto Estados Unidos e China nos últimos dias parecem ter suavizado as suas respectivas posições.
No entanto, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, também disse que cabia à China diminuir as tarifas - o mais recente de uma série de sinais contraditórios sobre o progresso nas negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
O euro EUR=EBS caiu 0,38% para os 1,1379 dólares, mas permaneceu a caminho do seu maior ganho mensal face ao dólar em mais de dois anos, com os investidores a fugir dos activos norte-americanos e a procurar alternativas na Europa.
O dólar subiu 0,70% face ao franco suíço CHF=EBS para os 0,8258 dólares e ganhou 0,50% para os 142,70 ienes JPY=EBS, com negociações moderadas devido a um feriado no Japão.
Os analistas observaram que o iene pode consolidar-se ainda mais, já que um abrandamento económico global pode levar os principais bancos centrais - incluindo a Reserva Federal dos Estados Unidos - a implementar cortes mais profundos nas taxas, estreitando os diferenciais das 'yields' com o Japão.
O mais recente relatório de empregos dos Estados Unidos será um factor-chave para os mercados, juntamente com os números preliminares do crescimento do primeiro trimestre e os dados 'core' do PCE - o indicador de inflação preferido da Fed.
Os dados do Inquérito às Ofertas de Emprego e à Rotação da Mão-de-obra (JOLTs) deverão ser divulgados mais tarde na sessão.
No Canadá, o 'loonie' CAD= depreciou 0,05% para os 1.3840 dólares canadianos, após os liberais do primeiro-ministro Mark Carney terem mantido o poder nas eleições de segunda-feira, ficando aquém da maioria do governo necessária para ajudá-lo a negociar tarifas com Trump.
Texto integral em inglês: nL8N3R70UP