Por Stefano Rebaudo
29 Abr (Reuters) - O dólar subia nesta terça-feira, mas estava a caminho de sua maior queda em um período de dois meses em mais de 20 anos, à medida que os planos de gastos fiscais da Alemanha impulsionaram o euro, enquanto as políticas econômicas dos Estados Unidos têm minado a confiança dos investidores na moeda de reserva global.
O euro saltou no início de março, uma vez que os partidos alemães, após décadas de austeridade, chegaram a um acordo para aumentar de forma acentuada os gastos públicos, elevando as expectativas de crescimento para a maior economia da zona do euro.
No início de abril, os investidores buscaram moedas seguras, como o iene e o franco suíço, mas também o euro, uma vez que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou tarifas que provocaram temores de uma guerra comercial total e uma forte desaceleração econômica global.
O índice do dólar =USD -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,29%, a 99,326.
A divisa dos EUA está a caminho de uma queda de 7,7% entre março e abril, a maior queda em dois meses desde maio de 2002.
Na terça-feira, o dólar recebeu apoio de relatos de que o governo Trump poderia reduzir algumas tarifas planejadas, embora os investidores também tenham se preocupado com a falta de progresso na redução do conflito comercial entre os EUA e a China.
"Nossos dados mostram saídas persistentes de títulos e ações na semana passada, apesar da recuperação dos preços dos ativos dos EUA", disse George Saravelos, chefe de pesquisa global de câmbio do Deutsche Bank.
"Em nossa opinião, o que importa para o dólar é o que os investidores estrangeiros estão fazendo e, até o momento, com base em nossa análise, a evidência é que eles continuam em greve", acrescentou.
Uma greve de compradores ocorre quando os investidores se recusam a comprar determinados ativos devido a um sentimento negativo.
O dólar tinha alta de 0,48% em relação ao iene JPY=, a 142,69.
O euro EUR= era negociado a US$1,137675, em queda de 0,40% no dia.
((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))
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