25 Abr (Reuters) - O crescimento econômico na América Latina e no Caribe deve desacelerar neste ano, em parte impactado pela incerteza política e comercial e pelos efeitos das tarifas, disse uma autoridade do Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta sexta-feira.
Nesta semana, o Fundo afirmou esperar que o crescimento da produção econômica na América Latina e no Caribe desacelere em 2025 para 2%, em relação à expansão de 2,4% do ano passado. Em janeiro, a estimativa era de uma taxa de crescimento de 2,5%.
"O cenário econômico atual é moldado por uma interação complexa de fatores globais que vão desde tarifas e interrupções na cadeia de valor até a volatilidade dos preços das commodities e do mercado financeiro, e incerteza política", disse Rodrigo Valdés, chefe do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI.
“O impacto destes fatores no crescimento é amplamente negativo, mesmo que o desvio de comércio possa beneficiar alguns países."
Ele disse que mesmo que as tarifas dos EUA para a região sejam relativamente baixas, os preços das commodities podem cair devido ao menor crescimento global.
“Com isto em mente, vemos riscos de baixa para o crescimento e riscos de alta para a inflação", disse Valdés durante a perspectiva regional do FMI para a América Latina e o Caribe.
Ele afirmou que a região deve permitir que suas moedas flutuem e absorvam choques externos, e que os países devem se concentrar nos altos níveis de dívida pública em meio à combinação de custos crescentes de financiamento e baixo crescimento.
"A consolidação fiscal deve prosseguir sem mais atrasos, protegendo ao mesmo tempo o investimento público prioritário e os gastos sociais. O fortalecimento das regras fiscais atuais ajudará a atingir esses objetivos, aumentando a credibilidade das políticas públicas", disse Valdés.
(Por Rodrigo Campos)((Tradução Redação Brasília))
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