Por Amanda Cooper
LONDRES, 24 Abr (Reuters) - O dólar recuava nesta quinta-feira com o desânimo dos investidores em relação à falta de qualquer progresso real no sentido de neutralizar a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China após um breve momento de otimismo no dia anterior.
Os ativos dos EUA, incluindo o dólar, subiram acentuadamente na quarta-feira depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, recuou das ameaças de demitir o chair do Federal Reserve e pareceu suavizar sua posição em relação à China.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse separadamente que o atual embargo ao comércio entre os EUA e a China é insustentável, ao mesmo tempo em que advertiu que os EUA não serão os primeiros a reduzir suas taxas de mais de 100% sobre os produtos chineses.
Esses ganhos do dólar se desfaziam nesta quinta-feira. A China disse que não houve negociações sobre a economia e o comércio e pediu aos EUA que suspendam todas as medidas tarifárias unilaterais se realmente quisessem resolver a questão, deixando os investidores onde estavam mais cedo na semana em termos de clareza.
O iene JPY=EBS liderava as altas, deixando o dólar com queda de 0,75% no dia, em 142,39, mas ainda acima da marca de 140 rompida na semana passada.
"Havia expectativa de um degelo na disputa comercial movida pelos EUA com absolutamente todo mundo", disse o estrategista da Trade Nation David Morrison.
"(Trump) suavizou seu tom em relação à China, convidando-a a negociar. Mas acontece que são necessários dois para dançar o tango e, por enquanto, a liderança chinesa decidiu deixar o governo Trump mergulhar em sua própria bagunça", acrescentou.
O dólar tem sido a maior vítima das tarifas de Trump, caindo 4,8% somente em abril até agora, o que marcaria sua maior queda mensal desde novembro de 2022.
Os investidores também avaliaram nos últimos dias uma série de ataques verbais de Trump ao chair do Fed, Jerome Powell, sobre sua relutância em cortar a taxa de juros até que os dados justificassem tal movimento.
O franco suíço CHF=EBS, que está perto de seu nível mais forte em relação ao dólar em mais de uma década, subia, deixando a moeda norte-americana em queda de 0,6% no dia, a 0,8251 francos.
((Tradução Redação São Paulo))
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