Por Kevin Buckland e Alun John
TÓQUIO/LONDRES, 10 Abr (Reuters) - O dólar recuava ante moedas fortes e mais arriscadas nesta quinta-feira, com os investidores tentando definir suas posições após o anúncio de pausa em tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na véspera.
Na quarta-feira, Trump surpreendeu os mercados ao conceder uma pausa de 90 dias em suas tarifas recíprocas, que haviam entrado em vigor menos de 24 horas antes, embora tenha mantido uma taxa universal de 10% sobre a maioria dos países.
Ao mesmo tempo, ele decidiu escalar a disputa comercial contra a China, elevando a taxa sobre o país para 125% com efeito imediato, depois que Pequim retaliou as tarifas anteriores dos EUA com uma taxa de 84%.
O anúncio provocou oscilações bruscas em todos os ativos, de títulos a commodities, e as moedas não foram exceção - em movimentos acentuados, o franco suíço e o iene enfraqueceram, e o dólar australiano, geralmente visto como um indicador do apetite por risco dos investidores, se fortaleceu.
Os investidores estavam ajustando suas posições nesta quinta-feira e, em geral, em uma direção negativa para o dólar.
O índice do dólar =USD -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,89%, a 102,030.
O dólar tinha queda de 1,37% em relação ao iene JPY=, a 145,7.
O euro EUR= era negociado a US$1,106125, em alta de 1,02% no dia.
Em um período de tempo mais longo, a moeda dos EUA permanece em baixa desde que as tarifas recíprocas foram anunciadas pela primeira vez em 2 de abril e, até agora, no mês, perdeu 2% em relação ao iene e 3,5% em relação ao franco suíço.
Parte da pressão sobre o dólar era resultado da queda dos rendimentos dos Treasuries, uma retomada da correlação tradicional que se desfez na quarta-feira no comércio asiático e europeu, quando o dólar se enfraquecia mesmo com uma forte venda dos títulos, que elevou os rendimentos.
Também permanecia um sentimento de nervosismo em relação à moeda dos EUA como resultado das reviravoltas de Trump na política comercial.
((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))
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