FRANKFURT, 8 Abr (Reuters) - As tarifas dos Estados Unidos serão um enorme entrave ao crescimento global e o Banco Central Europeu fará a sua parte para apoiar a Europa, mas a solução passa por uma maior unidade no continente, afirmou, esta terça-feira, Joachim Nagel, decisor de política do BCE.
As acções caíram drasticamente desde que o Presidente norte-americano, Donald Trump, revelou a imposição de tarifas à maioria dos países e os mercados estão agora a prever uma possível recessão em algumas das maiores economias do mundo, já que a fragmentação do comércio aumenta os custos e abranda a actividade.
"As perspectivas de crescimento global deterioraram-se enormemente", afirmou Nagel, numa declaração enviada por correio electrónico. "A política monetária na Europa fará a sua parte... Já estamos no bom caminho para atingir o nosso objectivo de inflação este ano".
O BCE reduziu as taxas de juro seis vezes no ano passado e uma longa lista de decisores de política já defendeu uma nova medida a 17 de Abril, já que um crescimento mais fraco, custos energéticos mais baixos, 'yields' mais altas das obrigações das empresas e um euro mais forte apontam na direcção de um novo abrandamento da inflação.
"Na próxima reunião do Conselho do BCE, na semana que vem, tomaremos decisões responsáveis com base nos dados e informações disponíveis", acrescentou Nagel.
Nagel afirmou que a turbulência reforça a necessidade de a Europa se tornar ainda mais coesa, nomeadamente através de uma união bancária e dos mercados de capitais.
"Em última análise, deve haver uma Europa mais unida", afirmou Nagel.
Nagel apelou à rápida formação de um novo governo alemão e ao investimento em sectores como as infra-estruturas e a tecnologia digital.
Texto integral em inglês: nL2N3QM0E2