Por Rae Wee e Yadarisa Shabong
CINGAPURA, 7 Abr (Reuters) - Investidores compravam o euro e se refugiavam em ativos seguros, como o iene e o franco suíço, nesta segunda-feira, em meio ao agravamento da aversão ao risco devido às tarifas generalizadas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o aumento dos temores de uma recessão global.
Os mercados globais sofriam nesta segunda-feira, com a queda das ações asiáticas e dos futuros de Wall Street, com os investidores apostando que o risco crescente de uma profunda desaceleração econômica pode levar a um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve já em maio.
O índice do dólar =USD -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,21%, a 102,810.
O dólar tinha queda de 0,36% em relação ao iene JPY=, a 146,37.
"O grande tema tem sido o dólar/iene, porque é um bom indicador de recessão dos EUA e é um bom indicador dos rendimentos dos EUA, e os rendimentos dos EUA despencaram", disse Brent Donnelly, presidente da Spectra Markets, empresa de análise e formadora de mercado.
O dólar também atingiu seu menor valor em seis meses em relação ao franco suíço e estava em queda de 1,15%, a 0,8505. CHF=EBS
Tanto o iene quanto o franco suíço têm sido vencedores significativos na sequência da mais recente onda tarifária de Trump, com os investidores se desfazendo de ativos mais arriscados e migrando para locais seguros, em um movimento que também viu o ouro e os títulos avançarem.
O euro EUR= era negociado a US$1,0981, em alta de 0,14% no dia, pairando perto da máxima de seis meses.
"O euro certamente teve um desempenho muito bom nos últimos dias, desde que soubemos das tarifas", disse Jane Foley, chefe de estratégia cambial do Rabobank.
"Talvez isso esteja relacionado à posição da conta corrente da zona do euro, ou talvez esteja apenas relacionado ao fato de os investidores ainda estarem saindo dos ativos dos EUA e ainda não terem certeza para onde devem transferir seu dinheiro."
Embora o dólar também seja normalmente conhecido como um ativo seguro, esse status parece estar se desgastando à medida que a incerteza sobre as tarifas e a preocupação com seu impacto sobre o crescimento dos EUA se intensificam.
Nos próximos dias, os países da União Europeia tentarão apresentar uma frente unida contra as tarifas de Trump, provavelmente aprovando um primeiro conjunto de contramedidas direcionadas a até US$28 bilhões de importações dos EUA.
((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))
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