Por Ankur Banerjee e Yadarisa Shabong
CINGAPURA, 3 Abr (Reuters) - O dólar recuava de forma ampla nesta quinta-feira, enquanto o euro subia, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifas mais severas do que o esperado sobre os parceiros comerciais, levando investidores em busca de ativos seguros, como o iene.
O anúncio das tarifas enviou ondas de choque pelos mercados, com as ações globais caindo e os investidores buscando a segurança dos títulos e do ouro.
Trump disse na quarta-feira que imporá uma tarifa básica de 10% sobre todas as importações para os EUA e taxas mais altas sobre alguns dos maiores parceiros comerciais do país.
As novas taxas aumentam a guerra comercial iniciada por Trump em seu retorno à Casa Branca, abalando os mercados à medida que elevam os temores de que uma guerra comercial possa desencadear uma forte desaceleração econômica e fomentar a inflação.
O índice do dólar =USD -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 1,51%, a 101,600, seu menor valor desde outubro do ano passado.
O dólar tinha queda de 1,93% em relação ao iene JPY=, a 146,36.
O euro EUR= era negociado a US$1,1102, em alta de 2,34% no dia.
Trump já impôs tarifas sobre alumínio, aço e automóveis, e aumentou as taxas sobre todos os produtos da China.
"As negociações agora estarão em primeiro plano. Essa é provavelmente a outra grande parte do motivo pelo qual estamos vendo algumas dessas moedas com desempenho superior", disse Nicholas Rees, chefe de pesquisa macro da Monex Europe.
"Na verdade, é muito difícil ver como outros países fazem concessões que incentivariam os EUA a suspender essas tarifas. E acho que esse é um grande risco subestimado."
Investidores estão preocupados com a possibilidade de alguns parceiros comerciais dos EUA retaliarem com medidas próprias, o que levaria a preços ainda mais altos.
As preocupações com uma guerra comercial global se intensificaram desde que Trump assumiu a Casa Branca em janeiro, combinando-se com uma série de dados dos EUA mais fracos do que o esperado para fomentar os temores de recessão e minar o dólar.
O índice do dólar caiu mais de 5,7% neste ano.
((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))
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