Investing.com — O dólar americano caiu na quinta-feira, com o euro se fortalecendo, depois que o presidente Donald Trump confirmou seus planos agressivos de tarifas contra parceiros comerciais dos EUA, aumentando os temores de recessão.
Às 08:45 (horário de Brasília), o Índice do Dólar, que acompanha o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis outras moedas, caiu 1,5% para 101,917, atingindo seu nível mais baixo desde meados de outubro.
Trump anunciou na quarta-feira que imporá uma tarifa básica de 10% sobre todas as importações para os Estados Unidos e tarifas mais altas para alguns dos maiores parceiros comerciais do país.
A China foi de longe a mais afetada, com o total de tarifas americanas contra o país agora chegando a 54%. A União Europeia estará sujeita a tarifas de 20%, enquanto Taiwan, Suíça, Tailândia e Bangladesh enfrentarão tarifas entre 30% e 50%.
As tarifas entrarão em vigor em 9 de abril.
As tarifas provavelmente aumentarão substancialmente a receita fiscal dos EUA, disseram analistas da Capital Economics, mas o impacto na economia americana dependerá do que for feito com a receita fiscal adicional.
"Se for devolvida aos consumidores por meio de outros cortes de impostos, o crescimento econômico pode não sofrer tanto. Se for usada para reduzir o déficit orçamentário, isso equivale a um aperto fiscal de mais de 2%, o que significa que a economia teria sorte em evitar uma recessão", escreveram os analistas da Capital Economics em uma nota.
"O contragolpe das tarifas americanas na economia doméstica dos EUA deixa o dólar vulnerável", afirmaram analistas do ING, em uma nota.
"As taxas americanas continuam sendo marcadas para baixo, e até que tenhamos algumas notícias surpreendentemente boas dos EUA sobre cortes de impostos ou desregulamentação, o dólar pode não começar a encontrar algum suporte."
Na Europa, o EUR/USD subiu 1,4% para 1,1012, apoiado pelo governo alemão que busca aumentar os gastos em infraestrutura e defesa, impulsionando a maior economia da zona do euro diante das tarifas americanas.
"Não acreditamos realmente na história de que o pior já passou para a Europa agora. O principal ponto de compra para o euro é que é uma alternativa grande e líquida ao dólar – e que os problemas do dólar (consumo americano mais fraco) são maiores que os do euro", disse o ING, em uma nota.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a UE tem um "plano forte" para retaliar contra as tarifas impostas por Trump, mas preferiria negociar.
"A Europa não iniciou este confronto. Não queremos necessariamente retaliar, mas se for necessário, temos um plano forte para retaliar e o usaremos", disse ela.
O GBP/USD subiu 1,2% para 1,3164, atingindo seu nível mais alto desde outubro, ajudado pelo Reino Unido que recebeu uma tarifa relativamente baixa do governo Trump.
Na Ásia, o USD/JPY caiu 1,5% para 147,01, atingindo uma mínima de três semanas, com o iene japonês se fortalecendo acentuadamente devido ao aumento da demanda por ativos de refúgio, enquanto os traders se preocupavam com as implicações das tarifas de Trump.
O USD/CNY subiu 0,5% para 7,3043, com o yuan sendo atingido à medida que a última rodada de tarifas de Trump eleva o total de impostos americanos sobre importações chinesas para 54% - próximo de sua promessa de tarifa de 60% contra a China, que era amplamente considerada como um cenário de pior caso.
O aumento das tarifas americanas representa ainda mais obstáculos econômicos para a China, onde o crescimento estava apenas começando a se recuperar após uma desaceleração de três anos.
Espera-se que Pequim delineie mais retaliações contra as medidas americanas, que provavelmente serão mais severas do que se temia inicialmente.
Essa notícia foi traduzida com a ajuda de inteligência artificial. Para mais informação, veja nossos Termos de Uso.