Por Yadarisa Shabong e Kevin Buckland
12 Mar (Reuters) - O dólar rondava a mínima de cinco meses frente aos seus pares mais fortes nesta quarta-feira, com os investidores digerindo as tarifas dos Estados Unidos e um possível cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, enquanto aguardam dados de inflação da maior economia do mundo em meio a preocupações com uma recessão.
Os anúncios imprevisíveis do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre sua política comercial têm balançado os mercados e atraído retaliações tarifárias de parceiros, aumentando as tensões comerciais globais.
A União Europeia imporá taxas sobre 26 bilhões de euros em produtos norte-americanos a partir de abril, informou a Comissão Europeia nesta quarta-feira, em resposta às tarifas dos EUA sobre aço e alumínio que entraram em vigor no início do dia.
"São muitas, muitas partes em movimento", disse Kenneth Broux, chefe de pesquisa corporativa de câmbio e taxas do Société Générale.
"Não estamos vendo nenhum porto seguro nos ativos europeus nesta manhã por conta da retaliação da guerra comercial", acrescentou Broux.
O euro EUR= era negociado a US$1,090575, em queda de 0,12% no dia, depois de atingir US$1,0947 na terça-feira, o maior nível em cinco meses, com a Ucrânia dizendo que está pronta para apoiar a proposta de Washington para um cessar-fogo de 30 dias com a Rússia.
A moeda única da Europa já estava em alta devido à promessa de gastos maciços por parte da Alemanha, embora a situação tenha se tornado mais complexa depois que o Partido Verde prometeu bloquear os planos.
O índice do dólar =USD -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,15%, a 103,600, após uma sessão volátil na terça-feira, quando Trump prometeu dobrar as tarifas sobre o aço e o alumínio do Canadá para 50%, revertendo o curso poucas horas depois.
"A incerteza comercial persiste e, portanto, a volatilidade do mercado também", disse Kyle Rodda, analista sênior de mercados financeiros da Capital.com.
Investidores analisarão mais tarde os dados do relatório de inflação ao consumidor dos EUA para fevereiro.
((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))
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