Por Gertrude Chavez-Dreyfuss
NOVA YORK, 5 Mar (Reuters) - O euro atingiu a maior cotação em quatro meses em relação ao dólar nesta quarta-feira, com perspectivas de crescimento da Europa melhorando após a proposta da Alemanha de um fundo de infraestrutura de 500 bilhões de euros, potencialmente compensando tensões comerciais globais.
O dólar, por outro lado, caía em relação à maioria das moedas, pressionado por uma perspectiva de crescimento incerta, provocada por temores sobre o impacto das tarifas na inflação e na economia. Investidores agora estão começando a precificar a possibilidade de uma contração econômica dos Estados Unidos, com operadores do mercado de previsões Kalshi atualmente sugerindo uma chance de 42% de uma recessão nos EUA este ano.
"Estamos passando por uma mudança de humor quando se trata de confiar nos mercados norte-americanos", disse Juan Perez, diretor de negociação da Monex USA.
"Se as coisas estiverem se encaminhando para um protecionismo restritivo, o sistema financeiro começará a fazer ajustes e, neste momento, parece prudente reduzir as posições em dólar. Se as tarifas e as guerras comerciais forem percebidas como negativas para a economia norte-americana, voltaremos a especular sobre as chances de uma política monetária mais frouxa."
O euro EUR=EBS, enquanto isso, tem alta de 4% esta semana, a caminho de sua melhor semana desde novembro de 2022, subindo após um anúncio na terça-feira dos partidos que esperam formar o próximo governo da Alemanha sobre o novo fundo planejado e uma revisão de regras de empréstimo.
O euro subia 1,5%, para US$1,0791, após avançar para seu maior nível desde 8 de novembro em relação ao dólar, a caminho de sua maior alta diária desde novembro de 2023. O euro também avançava frente a outras moedas, incluindo a libra EURGBP=D3, o iene EURJPY=EBS e o franco suíço EURCHF=EBS.
O índice do dólar =USD, que mede a moeda frente a uma cesta de pares, caía 1,2%, para 104,29, atingindo também sua cotação mais baixa desde 8 de novembro.
Na terça-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu novamente tarifas recíprocas a partir de abril em seu primeiro discurso no Congresso norte-americano desde que assumiu o cargo.
Suas tarifas de 25% sobre importações do México e do Canadá entraram em vigor na terça-feira, juntamente com a duplicação das tarifas sobre produtos chineses para 20%. O Canadá e a China reagiram rapidamente, enquanto a presidente do México, Claudia Sheinbaum, prometeu retaliação, mas não forneceu detalhes.
Entretanto, nesta quarta-feira, a Casa Branca voltou atrás em alguns dos anúncios de tarifas feitos por Trump. O governo Trump, de acordo com a Casa Branca, isentará montadoras de automóveis de tarifas de 25% sobre o Canadá e o México por um mês, desde que cumpram os termos de um acordo de livre comércio existente.
((Tradução Redação Brasília))
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