LONDRES, 27 Fev (Reuters) - O dólar norte-americano consolidou-se pelo segundo dia, esta quinta-feira, mas ainda estava perto de um mínimo de 11 semanas, com as vagas promessas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas à Europa e atrasar ainda mais as taxas planeadas para o Canadá e o México, a alimentar a incerteza.
O euro recuou ainda mais de um máximo de um mês de 1,0529 dólares atingido na sessão anterior, com os investidores a adoptar uma abordagem de esperar para ver após Trump sugerir, na quarta-feira, a ideia de uma tarifa sobre carros europeus "recíproca" de 25% e outros bens.
Trump disse também que as tarifas de 25% sobre os produtos mexicanos e canadianos podem entrar em vigor a 2 de Abril, em vez do prazo anteriormente estabelecido de 4 de Março.
Mas um responsável da Casa Branca disse que as taxas sobre produtos mexicanos e canadianos permanecem em vigor "neste momento", enquanto se aguarda a análise de Trump das acções de ambas as nações para proteger as suas fronteiras e travar o fluxo de migrantes e o opiáceo fentanil para os Estados Unidos.
As mensagens confusas da administração Trump mantiveram as moedas em grande parte dentro dos intervalos recentes.
O euro EUR=EBS caiu 0,1% para os 1,0479 dólares, com os investidores também a aguardar notícias de qualquer progresso nos esforços dos conservadores alemães para formar um governo de coligação após a sua vitória nas eleições do fim-de-semana.
O dólar canadiano CAD=D3 manteve-se estável, mas perto de um mínimo de duas semanas face ao seu homólogo norte-americano, atingido no dia anterior, enquanto que o peso mexicano MXN=D3 pouco se alterou, ao cotar-se nos 20,423 por dólar.
Embora os receios com o comércio global tenham ajudado a elevar o índice do dólar =USD para 106,6, mais longe de um mínimo de mais de dois meses de 106,12 tocado na segunda-feira, este permaneceu quase 4% abaixo de um máximo de mais de dois anos atingido em Janeiro, com a mudança de mensagens tarifárias simultaneamente a alimentar receios sobre o crescimento económico e sobre a inflação dos Estados Unidos.
Uma recente série de indicadores, incluindo a fraca actividade empresarial norte-americana em Fevereiro, e uma queda acentuada na confiança dos consumidores, amplificaram esses receios, fazendo com que as 'yields' do Tesouro dos Estados Unidos caíssem.
Os operadores do mercado monetário esperam que a Reserva Federal dos Estados Unidos efectue pelo menos dois cortes nas taxas de juro este ano, com cerca de 58 pontos base de alívio previstos para 2025, embora o próximo corte só esteja totalmente precificado para Julho.
Texto integral em inglês: nL2N3PI0IK