FOREX-Dólar atinge mínimos de 2025 com touros a recuarem; iene oscila

LONDRES, 21 Fev (Reuters) - O dólar encaminhou-se para uma terceira queda semanal consecutiva, esta sexta-feira, com os investidores a considerarem que o início do segundo mandato de Donald Trump tem sido principalmente um alarido sobre tarifas, tendo a divisa dos Estados Unidos retirado um iene volátil de um máximo de dois meses e meio impulsionado por um salto na inflação japonesa.

O euro EUR=EBS tropeçou após uma série de pesquisas de actividade empresarial ter mostrado uma forte contracção no início de Fevereiro em França e apenas uma ligeira melhoria na Alemanha - tradicionais motores gêmeos de crescimento da Zona Euro.

O iene JPY=EBS subiu para além da marca dos 150 por dólar, com um 'selloff' de obrigações do governo japonês a levar as 'yields' para máximos de 2009, após a inflação subjacente nacional ter atingido um máximo de 19 meses em Janeiro, alimentando as expectativas de mais aumentos das taxas de juro no Japão.

O chefe do Banco do Japão, Kazuo Ueda, rapidamente reduziu o ímpeto, dizendo que o banco central pode conter as taxas de juro de longo prazo comprando títulos do governo.

Para além da subida desta sexta-feira face ao iene, o dólar tem lutado para ganhar força nas últimas semanas. O índice caiu 1,8% em Fevereiro, caminhando para a sua maior queda mensal desde Setembro.

As ameaças de tarifas de Trump ainda não se concretizaram, os ganhos do quarto trimestre têm sido robustos até agora e os dados macro mostram uma economia norte-americana que está a avançar, o que despertou pouco apetite dos investidores para carregar novas participações em dólares.

Apesar de todas as suas ameaças, Trump apenas impôs uma taxa de 10% sobre as importações chinesas, adiou as taxas sobre o México e o Canadá e visou indústrias individuais com tarifas muito mais leves do que muitos temiam, com base na sua retórica na campanha de 2024.

Esta semana, Trump revelou planos para aplicar tarifas sobre as importações de madeira, mas também disse que era possível um novo acordo comercial com a China.

Mais a fundo, o dólar subiu 0,5% no dia para os 150,34 contra o iene, que, na quinta-feira, conseguiu a sua maior subida num dia em quase três meses, com um ganho de 1,23%. JPYUSD=R

Os dados de sexta-feira, que mostraram que o índice de preços no consumidor do Japão subiu 3,2% ao ano, face às expectativas de 3,1%, reforçaram a defesa de taxas japonesas mais elevadas, numa altura em que o resto do mundo pode estar a reduzir, o que acaba por apoiar o iene.

O iene ganhou cerca de 3,2% até agora em Fevereiro. Uma nova subida de um quarto de ponto base das taxas não está totalmente precificada até Setembro, embora os mercados de taxas de juro tenham considerado uma ligeira hipótese de uma subida já em Maio 0#JPYIRPR.

O euro caiu 0,2% para os 1,0479 dólares, com uma subida de 1,1% este mês. Contra um cabaz de moedas dos principais parceiros comerciais da Zona Euro, o euro caiu 0,5% e caminha para uma quinta queda mensal consecutiva EUREER=ECBF.

A ameaça das tarifas norte-americanas, uma economia em declínio e o impulso de Trump para tornar os países europeus mais auto-suficientes em matéria de defesa estão a ter impacto.

As eleições de domingo na Alemanha, onde as sondagens apontam para uma vitória da coligação conservadora, podem ser fundamentais para moldar as expectativas dos investidores em relação ao crescimento económico futuro.

A libra GBP=D3 manteve-se perto de máximos de dois meses, sendo negociada nos 1,264 dólares, após dados terem mostrado que as vendas a retalho britânicas subiram mais que o esperado em Janeiro e um inquérito separado ter mostrado que a actividade empresarial do Reino Unido se expandiu em Fevereiro, embora os empregadores tenham feito cortes profundos nos níveis de pessoal.

O yuan, da China, que, na quinta-feira, atingiu o seu máximo em três meses, esteve mais fraco no dia, deixando o dólar a subir 0,26% para 7,2547 no mercado 'offshore' CNH=D3.

Texto integral em inglês: nL2N3PC0G2