FOREX-Dólar avança mas caminha para perda semanal, iene recua

Por Amanda Cooper

LONDRES, 21 Fev (Reuters) - O iene recuava nesta sexta-feira de uma máxima de dois meses e meio diante de um salto na inflação japonesa, enquanto o dólar avançava mas estava a caminho de uma terceira queda semanal consecutiva, com os investidores considerando que o início do segundo mandato de Donald Trump nos Estados Unidos tem sido marcado por bravatas em relação às tarifas.

O euro EUR=EBS tinha perdas depois que uma série de pesquisas de atividade empresarial mostrou uma forte contração no início de fevereiro na França e apenas uma leve melhora na Alemanha - os dois motores tradicionais de crescimento da zona do euro.

O iene JPY=EBS subiu além da marca de 150 por dólar, já que uma venda de títulos do governo japonês levou os rendimentos a máximas de 2009 depois que o núcleo da inflação nacional atingiu um pico de 19 meses em janeiro, alimentando as expectativas de mais aumentos na taxa de juros no Japão.

O chefe do Banco do Japão, Kazuo Ueda, rapidamente conteve o ímpeto, dizendo que o banco central poderia conter as taxas de juros de longo prazo comprando títulos do governo.

O dólar tinha alta de 0,49% em relação ao iene JPY=, a 150,37. A moeda japonesa registrou na quinta-feira sua maior alta diária em quase três meses, com um ganho de 1,23%.

Dados desta sexta-feira mostraram que o núcleo do índice de preços ao consumidor do Japão subiu 3,2% em dado anual, em comparação com as expectativas de 3,1%, reforçando a defesa de juros mais altos no Japão.

O dólar vem encontrando dificuldades para ganhar força nas últimas semanas. O índice acumula queda de 1,8% em fevereiro, caminhando para sua maior perda mensal desde setembro.

As ameaças de tarifas de Trump ainda não se concretizaram, os balanços do quarto trimestre têm sido robustos até o momento e dados macroeconômicos mostram que a economia dos EUA está andando bem, o que despertou pouco apetite dos investidores para aumentar a carteira de dólares.

"Acho que Trump nunca iria impor uma tarifa ampla de 25% sobre tudo... mas, ao mesmo tempo, existe a possibilidade, principalmente se você estiver na Europa, de que mais tarifas sejam impostas. E, desse ponto de vista, acho que o mercado talvez tenha relaxado um pouco demais", disse Jane Foley, estrategista do Rabobank.

Apesar de todas as suas ameaças, Trump impôs apenas uma tarifa de 10% sobre as importações chinesas, adiou as taxas sobre o México e o Canadá e visou setores individuais com tarifas muito mais leves do que muitos temiam, com base em sua retórica na campanha de 2024.

Nesta semana, Trump revelou planos de tarifas sobre as importações de madeira, mas também disse que um novo acordo comercial com a China era possível.

O índice do dólar =USD -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,29%, a 106,660. O índice atingiu na quinta-feira o valor mais baixo no ano, de 106,29.

O euro EUR= era negociado a US$1,046825, em queda de 0,32% no dia mas a caminho de uma alta de 1,1% no mês.

(Reportagem adicional de Tom Westbrook em Cingapura e Brigid Riley em Tóquio)

((Tradução Redação São Paulo))

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