Por Lucy Raitano
LONDRES, 19 Fev (Reuters) - O dólar tinha leve alta em relação a uma série de moedas nesta quarta-feira, enquanto o iene se fortalecia, com os investidores concentrados nas negociações de um cessar-fogo na Ucrânia e digerindo a última rodada de ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O índice do dólar =USD -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,16%, a 107,170, depois de cair 1,2% na semana passada.
O dólar tinha queda de 0,18% em relação ao iene JPY=, a 151,77, enquanto o euro EUR= era negociado a US$1,0424, em queda de 0,21% no dia.
O governo de Trump disse na terça-feira que havia concordado em manter mais negociações com a Rússia sobre o fim da guerra na Ucrânia após uma reunião inicial que excluiu Kiev, o que marca uma mudança em relação à abordagem anterior de Washington que reuniu aliados dos EUA para isolar o presidente russo Vladimir Putin.
Francesco Pesole, estrategista cambial do ING, apontou para o cenário básico do mercado de que um acordo de paz na Ucrânia poderá ser alcançado em algum momento. Enquanto isso, a exclusão da UE da mesa de negociações de paz é vista como um estímulo à demanda por moedas seguras, disse ele.
Pesole destacou a última série de ameaças tarifárias de Trump, mas disse que o mercado está mais concentrado nas notícias sobre um possível acordo de paz na Ucrânia no curto prazo.
"Há uma espécie de relutância residual nos mercados para ver se Trump irá de fato avançar com as tarifas sobre os parceiros comerciais", disse ele.
Trump disse na terça-feira que pretende impor tarifas sobre automóveis "na casa dos 25%" e taxas semelhantes sobre semicondutores e importações de produtos farmacêuticos, a última de uma série de medidas que ameaçam abalar o comércio internacional.
Em uma nota, os analistas/estrategistas de câmbio do Commerzbank disseram que o mercado de câmbio está ignorando amplamente as notícias.
"Em meio a todo esse vai e vem caótico e infantil dos anúncios de tarifas presidenciais, não vamos perder de vista o que acabará resultando disso: provavelmente menos tarifas do que o esperado quando ele assumiu o cargo, mas ainda assim substanciais", escreveram.
((Tradução Redação São Paulo))
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