Investing.com – O dólar operava em baixa nesta sexta-feira, caminhando para uma desvalorização expressiva na semana, após dados de inflação acima do esperado e a decisão do presidente Donald Trump de adiar a imposição de tarifas recíprocas sobre os principais parceiros comerciais dos EUA.
Às 7h15 de Brasília, o Índice Dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, recuava 0,4%, para 106,815, atingindo o menor nível em três semanas e acumulando queda de cerca de 1% no período.
Na quinta-feira, Trump instruiu sua equipe a elaborar planos para a aplicação de tarifas sobre países que taxam importações dos EUA, mas sem oficializar medidas imediatas.
Essa postura ampliou a percepção de que ainda há espaço para negociações, pressionando o dólar, uma vez que investidores costumam interpretar barreiras tarifárias como um fator de sustentação para a moeda norte-americana.
“O mercado já esperava um relatório detalhado do Departamento de Comércio sobre o tema em abril e previa novas tarifas na sequência”, apontaram analistas do ING em nota. “Havia, contudo, o receio de que o anúncio desta semana fosse um movimento independente e de aplicação imediata. O fato de o governo apenas preparar terreno para abril trouxe certo alívio.”
O foco agora se volta para um encontro entre potências ocidentais em Munique, previsto para esta sexta-feira, no qual serão discutidas possíveis condições de cessar-fogo na Ucrânia, envolvendo Kiev, Moscou, além de representantes dos EUA e da Europa.
“Acreditamos que o dólar pode seguir pressionado enquanto as atenções se voltam para a conferência de segurança em Munique e seu impacto em um eventual cessar-fogo na Ucrânia”, acrescentou o ING. “Circulam especulações sobre uma possível reunião entre representantes dos EUA, Rússia, Ucrânia e, possivelmente, Europa, em algum momento na Arábia Saudita.”
Nos EUA, o principal dado econômico desta sexta-feira é o relatório de vendas no varejo de janeiro, que tende a mostrar fraqueza devido ao impacto do clima adverso.
Indicadores de inflação vieram acima do esperado ao longo da semana, mas não conseguiram sustentar o dólar, uma vez que o Federal Reserve já sinalizou uma abordagem cautelosa em relação a cortes adicionais na taxa de juros.
Na Europa, o euro (EUR/USD) avançava 0,2%, para 1,0484, com o euro alcançando seu nível mais alto em duas semanas frente ao dólar, impulsionado pelo otimismo em relação a possíveis negociações de paz entre Ucrânia e Rússia.
“Nossa estimativa para EUR/USD sugere que essa correção pode se estender até a faixa de 1,0535/75, mas não deve ir muito além disso. Seguimos com a projeção de que o euro recuará para a paridade com o dólar no segundo trimestre”, apontou o ING.
O mais recente dado sobre o crescimento da zona do euro será divulgado ainda nesta temporada, com o PIB do último trimestre de 2024 esperado em estabilidade na comparação trimestral, resultando em um crescimento anual de apenas 0,9%.
Dados publicados mais cedo nesta sexta-feira mostraram que os preços no atacado na Alemanha subiram 0,9% em janeiro, na comparação anual.
A libra esterlina também ganhava força, com o GBP/USD avançando 0,3%, para 1,2587, alcançando o nível mais alto desde o início de janeiro, após dados indicarem um crescimento inesperado da economia do Reino Unido no último trimestre do ano passado.
Na Ásia, o dólar recuava 0,2% contra o iene (USD/JPY), para 152,52, com o iene japonês sustentando ganhos recentes, diante da expectativa persistente de novos aumentos de juros pelo Banco do Japão.
Já contra o iuane (USD/CNY), a moeda americana operava estável em 7,2898, após ter se afastado do patamar de 7,3 iuanes.
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